quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

A Busca

Derrepente nos vemos à margem de um abismo...
Quando achamos que não estamos sós e quando percebemos, na verdade, sempre estivemos sozinhos. Agora mais do que nunca.
Olhamos ao redor e não vemos sentido em nada. As conquistas já não tem gosto.Tudo é vazio.
Não existe mais objetivo. Os antigos projetos não fazem mais sentido.
Aí surge a retórica: A minha vida tem sido? Qual o sentido da vida? Porque eu existo? Eu só nasci para sofrer?
Mais uma vez, perguntas sem respostas.... perguntas que mergulham no vazio, escorrem pelo infinito; de onde não se pode ouvir o retumbar do fundo, do fim.
O único sentimento que paira sobre nós nesse momento é uma tristeza sem fim e um completo vazio. Uma vontade infinita de gritar com todas as forças e com todo o fôlego que os pulmões podem aspirar; e ao mesmo tempo o desejo de permanecer apático, quieto, calado, parado, vegetando apenas. Um modo de não mais prolongar o sofrimento... deixar de comer, de beber, a não ser que essa bebida contenha uma boa dose de alcool em sua composição... porque o alcool ajuda a embaralhar as idéias, anestesia o sofrimento, faz esquecer um pouco a dor e não nos deixam lembrar das causas. Tudo que se quer é permanecer deitado, calado, de olhos bem fechados, no mais profundo silêncio... de modo que o sofrimento que vai na alma possa ser ouvido ensurdecedoramente por si.
Vontade de abandonar a si próprio. Deixar que a dor se apodere do corpo, de forma que o enfraqueça, que ele se torne vulnerável a qualquer doença. Afinal, viver não faz o menor sentido. E tirar a própria vida é injusto, é imoral e é pecado.
O melhor é deixar que o tempo, os dias façam isso por você. Basta que você apenas não faça nada. Absolutamente nada! Não coma, não beba, não durma direito, não se levante, não fale... apenas se cale, como uma concha. Fale apenas consigo. Se puna e se perdoe.
Não é fácil fazer as pazes consigo mesmo. Não é fácil se perdoar pelos mesmos erros cometidos. Pelas escolhas erradas, por se deixar enganar. Por querer ser enganada, usada, traida, abusada, e tantas outras formas de violência moral e psicológica.

Tudo isso, porque quando se está parado em frente ao abismo se vê, que toda a tentativa de não retornar a esse lugar, na verdade acabaram sendo em vão... De nada adiantou trocar o guarda-roupas, melhorar a auto-estima, diminuir o manequim, se polir, se educar,se a essência não mudou, se velhos conceitos permaneceram, se não se curou a alma, se não ouve o perdão íntimo para si mesmo.
E mais uma vez os mesmos erros são cometidos. E mais uma vez nos ferimos. Porém os ferimentos se tornam piores e mais profundos; mais difíceis de curar. Porque já estamos cansados, e os ferimentos anteriores ainda não estão curados, há apenas uma casca fina que os cobre e qualquer movimento mais "brusco" os expõe novamente. As nossas forças para nos renovarmos, e nos curarmos se esvaem de nós a cada novo tropeço, a cada nova decepção, a cada plano frustado, a cada sonho perdido. Ao invés de ficarmos fortes, cada vez mais enfraquecemos, e acabamos querendo deixar de lutar. Deixar de sonhar, de querer, de almejar dias melhores, coisas melhores, pessoas melhores; deixamos de querer melhorar a nós mesmos.
Tudo que sentimos desejo é de entregar "os pontos". Dizer "chega", "estou fora".
A diversão acaba virando meio de fuga. Já não fazemos as coisas por prazer, mas apenas para ocupar nosso tempo. Queremos sair da ociosidade da alma. Mas não para nos tornamos produtivos e realizados, mas apenas para não pensarmos mais no que nos fere, não pensarmos mais naquilo que corrói a alma, destrói o espírito. A tal grau que queremos deixar de pensar, de sermos seres racionais.
Queremos mergulhar no vaxio. Passamos a desejar isso. E quando estamos numa atividade de risco, pensamos por várias vezes o que aconteceria se algo desse errado, se deixamos que algo desse errado... seria uma forma de apaziguar a dor para sempre. Uma solução definitiva. sentiríamos muita dor ao fazer isso? Seria rápido? indolor? Esses pensamentos passam e se vão, porém nunca desaparecem, sempre nos rondam.
Alguns dão o nome a isso de Depressão. Outros preferem dizer: Desespero. Para outros: tristeza profunda. Muitos outros preferem entender como carência. Seja qual for no nome... sentir isso não é nada bom. Viver isso é péssimo!
Sabemos que precisamos BUSCAR, só não sabemos bem o quê.
Buscar novos objetivos. Correto. Mais focados em que? Para que?
Precisamos nos apegar em novos sonhos- buscar outros sonhos -, só nossos. Mas que graça tem sonhar sozinho? Que sonho pode haver sem um objetivo que o fundamente?
Precisamos buscar pela cura! Pela cura da alma, do espírito, do corpo e principalmente da mente. Curar a essência! Mas alguém pode me dizer aonde reside a cura? Qual a fórmula para o antídoto?
A busca deve ser constante em tudo, em nós. Mas buscar o que? BUSCAR para que? Não podemos apenas ser encontrados e socorridos?
Preciso que me encontem... preciso de socorro! Não quero cair no abismo! Quero sair daqui, mas não consigo fazer isso só. Preciso de alguém que se importe comigo de verdade. Alguém que me tire daqui, desta beira. Minhas buscas não deram certo; elas apenas me arrastaram até aqui...
Preciso que alguém me busque...

Poema de Natal

Vinicius de Moraes

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

BALADA PRA MULHER NENHUMA

Tem uma música de um grupo de blues (Velhas Virgens) que tem esse título.
É uma banda satírica, com letras pesadas, humor carregado e um ótimo som. A balada a qual me refiro aqui é um pouco diferente a da música da banda.
Nenhuma mulher merece sofrer mais do que já sofre pelo fato de ser mulher. Nenhuma mulher deveria se apaixonar, de modo que sempre fosse servida pelos homens. Sem sentimento algum dentro de si, uma mulher poderia ser fria, sagaz, racional, ardilosa... seria bem mais parecida com um homem. O que seria muito bom, para a mulher.
Nenhuma mulher deveria ter marcas, nem do passado nem do porvir. As marcas trazem junto consigo traumas, temores, crenças e rancores.
Nenhuma mulher deveria chorar na vida, o choro de uma mulher é a expressão última de um sofrimento imenso, é a última gota de sangue... é a entrega das armas, é a pura expressão da derrota, é a contestação de ser vencida, é a demonstração de cansaço, de esgotamento. É a súplica pelo fim.
Nenhuma mulher deveria ter nacionalidade... deveriam ser de uma única nação, todas deveriam falar a mesma língua.... os homens é que se virassem pra aprender a língua feminina. Isso tornaria as mulheres mais unidas, melhor informadas e muito menos machistas do que são hoje... machistas sim... porque ainda deixam um homem dominar a situação, ainda criam seus filhos para ser “o homem da casa”.
Não deveria haver o dia internacional da mulher... porque o dia da mulher deveria ser todo dia. Muito menos deveria haver dia das mães... Mãe é mãe sempre... todo dia, cada minuto, cada segundo.
Não deveria haver balada para mulheres, toda balada deveria ser da mulher. A mulher é que tem que ser badalada sempre. Bajulada, paparicada, agraciada, cortejada, acarinhada, tomada nos braços, embalada e aninhada, sempre quando ela desejar e/ou precisar.
A mulher é frágil no melhor sentido da palavra, apesar de ser sempre forte.... mesmo não parecendo, apenas o fato de ser mulher já incute nela uma força tremenda... pois por mais frágil que ela seja, ainda assim tem o poder de gerar a vida, de passar pelo parto e de trazer à luz um novo ser.
Nenhuma mulher deveria precisar pedir nada, tudo já deveria estar a seus pés... suas necessidades deveriam ser supridas no ato em que a própria necessidade se fizesse presente.
A mulher deveria ser independente por escolha e não por necessidade.
Toda mulher deveria nascer princesa, e viver como uma rainha. Toda mulher deveria ser elogiada todos os dias, por todos os homens, estando ela gorda ou magra demais... um elogio fortifica a mulher, renova suas forças e as torna mais belas. Diante de um elogio a mulher se sente melhor, mais bonita e se cuida mais, quer ser mais elogiada, e, portanto se olha mais no espelho.
Toda mulher deveria entender uma outra mulher e não competir com ela. Toda mulher deveria repartir o pão com a outra e não querer tudo para si. Assim como em outra situação, toda mulher deveria unir ao invés de separar.
Toda mulher deveria ter o poder nas mãos para transformar um homem, deixa-lo mais dócil, mais humano, mais sentimental e bem menos racional.
Toda mulher deveria poder humilhar um homem, sempre que ele a magoasse... sempre que ele a ignorasse, sempre que ele pisasse nela....Deveria ter o poder de faze-lo sentir o último dos homens, o último dos seres do planeta inteiro... fazê-lo ter vergonha de si próprio, vergonha dos seus atos, da sua natureza irracional, da sua ignorância diante de uma mulher.
Toda mulher deveria poder equilibrar a balança, não ser tanto mulher e ser um pouco mais homem. Não que os homens tenham muitas qualidades e as mulheres tenham muitos defeitos, mas seria uma forma da mulher poder racionalizar suas atitudes e colocar os homens em seus devidos lugares, faze-los provar do próprio remédio. É uma equação que não cabe explicação, nem racionalização, muito menos comparação entre o ser sim e o não. O fato é que essa é uma balada pra mulher nenhuma.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Choro de mulher...

A alguns dias atrás tive uma experiência jamais vivenciada por mim. Antes disso pensei já ter sentido a dor na carne. Mas descobri que não.
Os problemas não existem até nós mesmos os causarmos de alguma maneira. Se você não ama ninguém, não sofre por amor. Se você não fume, jamais terá doenças relacionadas a esse hábito. Se você não bebe, idem. Se você não trabalha, jamais terá que bater cartão....porém também não terá o que comer; e isso se aplica aos medingos, aos pedintes, etc.
O único problema de verdade é aquele que não se pode solucionar. Como alguns problemas de saúde.
Os problemas de amor, depois que já se está tomado por ele também não podem ser solucionados.
Quem nunca chorou? Quem nunca sentiu dor? Quem nunca sofreu por amor, por paixão??
O fato é que pensei que já havia sentido a dor de amar, a dor das decepções em relação ao ser amado... mas que nada!
O fato é que certas atitudes machucam, machucam muito mesmo. Ser ignorada, na cara dura, dói muito também, talvez muito mais.
Perceber que não se pode fazer nada com relação ao outro; que se é dependente de outra pessoa, dos sentimentos do outro... que você está de mãos atadas. Que você só pode se comunicar com esse um, se ele assim quiser e se dispuser e que por mais que você faça, por mais que se esforce em prol de alguém, em prol de uma paixão... não há garantias quanto aos sentimentos desse alguém, nem quanto a sinceridade das palavras. Que podem ser só palavras, sem nenhum recheio de sentimento.

Chorei, chorei muito... chorei com dor... com o peito rasgado, a alma em pedaços... algo se quebrou dentro de mim... E quando ouvi o meu choro, não parecia eu... e sim o choro de uma mulher... a dor de uma mulher... como se não fossem sons saídos de dentro de mim. Naquele momento me senti mesmo uma mulher... não a mulher independente, decidida, alegre... mas a mulher frágil, sofrida, desiludida, perdida de amor e paixão.... aquela mulher que não sabe que rumo tomar; que direção seguir... Não sabe p/ onde ir... nem ao menos sabe se está no caminho certo.
Alguém que tateia no escuro... em pleno breu, e sozinha... que espera alcançar uma mão, a mão companheira, cúmplice que a levará de volta para a luz e a fará repousar tranquila... sem medo de não mais existir o amanhã, o depois... Aquela mão que sempre estará ali... que velará o sono, com carinhos dispensados à face.

Os sonhos sonhados juntos, disperdiçados no vento... no tempo... esquecidos na memória de alguém.... agora vivenciados apenas por uma só pessoa... sabe-se lá!

Um futuro tão próximo, que parecia tão paupável, quase real... totalmente realizável... se faz pó do dia para a noite... sem um motivo justificado, sem anda assinalado... endereçado.

Nenhum telefonema, nem uma linha escrita, nem um email citado, nem um numero de telefone ou endereço... nem uma palavra.
E a sensação de impotência toma conta, a tristeza, o fracasso e a profunda dor é um corte profundo na alma, que grita e faz rolar as lágrimas... faz soltar os gemidos e grunhidos de desespero, desalento, solidão.
O verdadeiro choro de mulher...
Acabaram-se as doces ilusões, os sorrisos bobos, as brincadeiras inocentemente tolas, as piadinhas provocantes, o fulgor dos desejos... tudo desmora numa fração de segundos...
E... Enfim, mulher de verdade!

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Em Compasso de Espera

A espera é cruel, principalmente para quem é ansioso. Mas será que nos dias atuais existe alguém que não o seja? Eu desconheço o ser humano que ao saber que receberá uma surpresa, que fará uma viagem inesperada, que passará por uma bateria de exames clínicos, não fique ansioso, curioso e inclusive tenha a sua pressão arterial alterada. Mas enfim... existem mentirosos em todo o lugar... o mundo é repleto deles... portanto não vou me ater a esse aspecto.
O fato é que esperar algo ou alguém é deveras cruel, angustiante e doloroso. A incerteza, a dúvida e a própria insolução dos fatos é aterrorizante, medonho, cansativo e fragilizador, nos deixa esgotados diante das inúmeras possibilidades de “happy end” que se pode ter; as inúmeras variantes de um provável desfecho.
Com isso nossas vidas passam a um estado suspensivo, parece que ficamos, nós, parados no tempo, num estado de completa espera...ficamos suspensos na linha do tempo para esperar acontecer....Entramos em compasso de espera...
As coisas que acontecem a nossa volta perdem a importância e o valor que tinham para nós, se tornam complemento de um objetivo maior, de algo que ainda não aconteceu, mas que se espera que aconteça a qualquer momento. Algo que passa a ser idealizado, minuto a minuto, dia a dia, a cada sonho, a cada pensamento compartilhado. Tudo se torna pequeno... e esses acontecimentos se tornam quase imperceptíveis a quem realmente interessa... o foco, os objetivos já não são mais os mesmos... Toda a batalha anterior, toda luta, todos os objetivos parecem perdidos, insignificantes, desnecessários diante daquilo que se almeja agora.
E nesse compasso, não vemos o tempo passar... É preciso abrir os olhos... focalizar com um ângulo de visão maior, sentir e curtir cada conquista, preencher os espaços enquanto se espera. Porque a vida passa rápido... o tempo voa, e quando nos damos conta deixamos de viver, de curtir o pouco por sempre esperar o muito.
É muito mais fácil dizer e escrever do que realmente fazer, porque nos envolvemos muito com aquilo que queremos, buscamos e precisamos... nos focamos demais em nossos objetivos, mas todo o resto necessita de nossa atenção, apoio, cuidado, orientação, aplauso e brados de vitória. Se mantemos tudo em suspenso, a vida fica sem sabor, sem sal nem doce, fica insossa, adoçada as vezes por umas gotas de esperança dentro do mar de espera... como se adoçássemos a vida com “stevia” ou “frutose” ou ainda esses adoçantes mais comuns, dando um tom artificial ao sabor da vida... adoçando sem adoça-la realmente, de verdade.... com um doce que não mela a ponta dos dedos, não enjoa o paladar, nem arrepia o corpo de tão doce.
Concordo que poderá acontecer de se salgar mais a vida do que adoça-la, nesse meio tempo de completa espera, porém, mesmo assim poderemos sentir os sabores... Com muito ou pouco sal... ou mesmo com muito pouco açúcar... O importante é que será açúcar de verdade... e não um adoçante qualquer.
Poderemos sentir o sabor da vida, mesmo que em pequenas doses, em pouca quantidade... Não do modo que merecemos e queremos, mas da maneira que a própria vida e as situações em que nos encontramos permite.
É melhor viver das migalhas que a vida nos oferece, do que não ter expectativas de melhora ou mudanças. É melhor o pouco do que o nada... melhor o sumo diluído em muita água do que apenas o bagaço. Antes um limão do que nenhum!
Entre o 8 e o 80, prefiro ficar com todo o intervalo que os separa.
É difícil, doloroso, muitas vezes sangra a alma, corrói a mente, sangra o coração... mas mesmo assim vale a pena a espera. E é preciso crer que sim, caso contrário toda dor é vã filosofia.

O Grito

Minha alma grita, grita o mais alto que pode, mas eu a sufoco com o meu silêncio e complacência. Deixo apenas transparecer o meu leve sorriso que trago nos lábios...
Tenho o grito preso na garganta , meu corpo estremece inteiro ao sufocar essa necessidade... sinto-me sufoca junto com ele, mas nada posso fazer para saciar essa ãncia de sobrevivência e libertação... esse pedido de socorro! E porque não posso? Porque seria interpretado como loucura ou ataque de nervos... ouviria inúmeros conselhos e lições de moral e bons costumes.... depois me entupiriam de remédios calmantes ao ponto de me parecer com um zumbi, ou um gambá bêbado (já pareço louca... então), resumindo, comparando com situações mais reais, igual a um ébrio sem cura.
Nesse mundo não é permitido gritar a plenos pulmões, principalmente em público, a não ser pelos motivos “determinados” pela sociedade, tais como: jogos de futebol (onde se pode até ofender quem nem se conhece), torcidas organizadas de qualquer coisa (principalmente se for para incitar as torcidas rivais), por medo (mais aí existem restrições), entre outras situações. Mas gritar num ato desesperado de sobrevivência pessoal, sentimental e psicológica... ahhhh! Aí não! Aí é loucura mesmo (segundo os ritos sociais).
É por isso que me calo, é por esse motivo que deixo o grito sufocado em mim, preso na minha alma e no meu corpo... apertando meu coração, quase deixando-o sem espaço dentro do meu peito. Fazendo doer....
Tudo isso porquê? Porque quero respirar, quero me libertar dessa paixão que me consome, ou pelo menos ser imune a ela... quando tudo acabar, se acabar... Vivo com a esperança de que nunca acabe e com a dor de não saber o amanhã... Vivo o medo de errar e a amargura de ser só amanhã ou depois. Vivo a expectativa de ter e perder sem realmente ter tido. Vivo de promessas... vivo de sonhos, de reciprocidade, de desejos, de sonhos compartilhados, de amor correspondido. Vivo pelo brilho do olhar, pelo sorriso, vivo das palavras, dos gestos de carinho que me nutrem todos os dias e tornam a minha dor ínfima, pequena e totalmente válida. E isso que me mantém “sóbria”, que me deixa sã.
É um vicio... quando não tenho minha dose diária, a dor se torna imensa, maior do que eu... me tira do sério, me deixa com os nervos a flor da pele, a ponto de libertar o grito e deixar a dor transparecer em incontáveis lágrimas e atitudes impensadas... tenho raiva do mundo, de tudo... não quero nada, não tenho vontade de nada, tudo perde o sentido... nada mais me importa.... sinto uma imensa vontade de pular pro nada, só para ter uma nova sensação, para sentir a adrenalina correr em minhas veias e para poder soltar o grito com toda a força do meu corpo, me fazendo valer dos “motivos sociais”.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Mulher não trai, se vinga!

Você, homem da atualidade, vem se surpreendendo diuturnamente com o 'nível'
intelectual, cultural e, principalmente, 'liberal' de sua mulher, namorada,
etc... Às vezes sequer sabe como agir, e lá no fundinho tem aquele m edo de
ser traído - ou nos termos usuais - 'corneado'. Saiba de uma coisa... Esse
risco é iminente, a probabilidade disso acontecer é muito grande, e só cabe
a você, e a ninguém mais evitar que isso aconteça - ou então - assumir seu
'chifre' em alto e bom som.


Você deve estar perguntando por que eu gastaria meu precioso tempo falando
sobre isso. Entretanto, a aflição masculina diante da traição vem me
chamando à atenção já há tempos. Mas o que seria uma 'mulher moderna'? A
princípio seria aquela que se ama acima de tudo, que não perde (e nem tem)
tempo com/para futilidades, é aquela que trabalha porque acha que o trabalho
engrandece que é independente sentimentalmente dos outros, que é corajosa,
companheira, confidente, amante... É aquela que às vezes tem uma crise
súbita de ciúmes, mas que não tem vergonha nenhuma em admitir que está
errada e de correr pros seus braços... É aquela que consegue ao mesmo tempo
ser forte e meiga, desarrumada e linda... Enfim, a mulher moderna é aquela
que não tem medo de nada nem de ninguém, olha a vida de frente, fala o que
pensa e o que sente, doa a quem doer... Assim, após um processo
'investigatório' junto a essas 'mulheres modernas' pude constatar o pior.


VOCÊ SERÁ (OU É?) 'corno', ao menos que:

- Nunca deixe uma 'mulher moderna' insegura. Antigamente elas choravam. Hoje
elas simplesmente traem, sem dó nem piedade.

- Não ache que ela tem poderes 'adivinhatórios'. Ela tem de saber da sua
boca - o quanto você gosta dela. Qualquer dúvida neste sentido poderá levar
às conseqüências expostas acima.

- Não ache que é normal sair com os amigos (seja pra beber, pra jogar
futebol) mais do que duas vezes por semana, três vezes então, é assinar
atestado de 'chifrudo'. As 'mulheres modernas' dificilmente andam implicando
com isso, entretanto, elas são categoricamente 'cheias de amor pra dar' e
precisam da 'presença masculina'. Se não for a sua meu amigo...

Bem...
- Quando disser que vai ligar, ligue, senão o risco dela ligar pra aquele
ex-bom de cama é grandessíssimo.

- Satisfaça-a sexualmente. Mas não finja satisfazê-la. As 'mulheres
modernas' têm um pique absurdo em relação ao sexo e, principalmente dos 30
aos 38 anos, elas pensam - e querem - fazer sexo TODOS OS DIAS (pasmem, mas
é a pura verdade)... Bom, nem precisa dizer que se não for com você...

- Lhe dê atenção. Mas principalmente faça com que ela perceba isso.
Garanhões mau (ou bem) intencionados sempre existem, e estes quando querem
são peritos em levar uma mulher às nuvens. Então, leve-a você, afinal, ela é
sua ou não é?

- Nem pense em provocar 'ciuminhos' vãos. Como pude constatar, mulher
insegura é uma máquina colocadora de chifres.

- Em hipótese alguma deixe-a desconfiar do fato de você estar saindo com
outra. Essa mera suposição da parte delas dá ensejo a um 'chifre' tão
estrondoso que quando você acordar, meu amigo, já existirá alguém MUITO MAIS
'comedor' do que você... Só que o prato principal, bem... Dessa vez é a SUA
mulher.

- Sabe aquele bonitão que você sabe que sairia com a sua mulher a qualquer
hora? Bem... De repente a recíproca também pode ser verdadeira. Basta ela,
só por um segundo, achar que você merece... Quando você reparar... Já foi.

- Tente estar menos 'cansado'. A 'mulher moderna' também trabalhou o dia
inteiro e, provavelmente, ainda tem fôlego para - como diziam os homens de
antigamente - 'dar uma', para depois, virar de lado e simplesmente dormir. -
Volte a fazer coisas do começo da relação. Se quando começaram a sair viviam
se cruzando em 'baladas', 'se pegando' em lugares inusitados, trocavam
e-mails ou telefonemas picantes, a chance dela gostar disso é muito grande,
e a de sentir falta disso então é imensa. A 'mulher moderna' não pode sentir
falta dessas coisas... Senão... Bem amigos, aplica-se, finalmente, o tão
famoso jargão 'quem não dá assistência, abre concorrência e perde a
preferência'.
Deste modo, se você está ao lado de uma mulher de quem realmente gosta e tem
plena consciência de que, atualmente o mercado não está pra peixe (falemos
de qualidade), pense bem antes de dar alguma dessas mancadas'...Proteja-a,
ame-a, e principalmente, faça-a saber disso. Ela vai pensar milhões de vezes
antes de dar bola pra aquele 'bonitão' que vive enchendo-a de olhares... E
vai continuar, sem dúvidas, olhando só pra você!!!
Quem não se dedica se complica. '

Como diz uma amiga: MULHER NÃO TRAI APENAS SE VINGA.

(Arnaldo Jabor)

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Desolação

Sinto me desolada, perdida...ainda me perguntando qual o sentido da vida, o porquê da minha existência, que sentido tem as coisas, aonde estão as pessoas, e o pôrque de minhas escolhas nada acertadas.
Hoje acordei sem querer acordar, minha vontade era de nem mais estar...levantei pensando em porquê estar aqui, para que, para quem???
Bens materais se tem e se perde também... então não posso dizer que tenho.
Minha vida não tem sentido. Então para que viver?
Eu quero uma vida melhor, por isso trabalho, quero conforto, claro...mas isso todo mundo quer... Só que, e depois? O que mais? Depois não tem mais nada nem ninguém.
Quando eu entrei na puberdade minha mãe me explicou o que era sexo e todos os perigos... quase caí dura ali...que medo enorme!! Não queria aquilo de jeito nenhum.
Tive medo até de dar beijo na boca... medo de engravidar... de pegar doença, de morrer, de me matarem e principalmente de ARCAR COM AS CONSEQUÊNCIAS DOS MEUS ATOS!! Nosssaaaa! Que medo...
O Trauma foi tamanho que só beijei com 14 anos, e sexo... melhor nem dizer, ninguém ia acreditar mesmo.
Sempre fiquei horrorizada com essas adolescentes com filho nos braços... Ficava indignada com o trabalho que dariam aos seus pais, crianças criando crianças...
Bom... o tempo passou, eu cresci, não dei mancada... continuo zerada... currículo limpo...Mas e aí? O que ganhei com isso? Reputação imaculada! Maravilha, mas e aí? Penso mais no que perdi... no que deixei de viver... Penso e se eu tivesse um filho, um garoto, como sempre imaginei que teria se fosse mãe...Teria por quem viver... um motivo a mais para dar o sangue, para buscar melhores oportunidades, alguém que me amaria p/ sempre, porque eu cuidei e sempre cuidaria dele. Enfim... minha vida teria razão e eu já não estaria mais sozinha... Não sei se as crises de depressão.. como essa de hoje se extinguiriam por completo, mas pelo menos os motivos seriam outros.
Cada vez que penso nisso, penso que o tempo está acabando, se esvaindo.. e eu não terei mais a oportunidade de escolha, entre ser ou não ser mãe. Mas também não quero um canalha como pai do meu ou dos meus filhos.
Mesmo que o progenitor não fique comigo pelo resto da vida, no conto "felizes para sempre", gostaria que meu filho ou filhos tivesse orgulho do pai que tem. Gostaria de filhos lindos... (mas quem não quer, né? rsrsrs)
Bom... o fato é que as vezes me bate esses desespero...principalmente nos períodos menstruais... pode parecer loucura, mas penso "menos um filho" "quantos desses eu ainda tenho guardado em mim?" "Será que não tem jeito de segurar um pouco mais? UM remédio, uma técnica?" "Porque eu não posso ter mais tempo?"
Eu tenho muita coisa suspensa na minha vida, muita coisa p/ acontecer...muitos sonhos, realizações quase certas, amores quase tangíveis.... Mas tudo parece de depender de algo que eu não sei o que é, algo que não depende de mim.
Eu sempre nado, nado, nado e morro na beira da praia... sem forças para me levar, tamanho o esforço que fiz ao nadar. E assim vou sobrevivendo, ou tentando....
Morrendo e renascendo, como uma Fênix.

Quando alguém te procura...

Com frio... É porque você tem o cobertor.

Com alegria... É porque você tem o sorriso.

Com lágrimas... É porque você tem o lenço.

Com versos... É porque você tem a música.

Com dor... É porque você tem o curativo.

Com palavras... É porque você tem a audição.

Com fome... É porque você tem o alimento.

Com beijos... É porque você tem o mel.

Com dúvidas... É porque você tem o caminho.

Com orquestras... É porque você tem a festa.

Com desânimo... É porque você tem o estimulo.

Com fantasias... É porque você tem a realidade.

Com desespero... É porque você tem a Serenidade.

Com entusiasmo... É porque você tem o brilho.

Com segredos... É porque você tem a cumplicidade.

Com tumulto... É porque você tem a calma.

Com confiança... É porque você tem a força.

Com medo... É porque você tem o AMOR!!!

Ninguém chega até VOCÊ por acaso, Em "TUDO" há propósito...*****

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Rio Negro

Aqui no Brasil mais ao norte do país acontece o encontro das águas salgadas do mar com as águas doces de um rio. Tal fenômeno tem até um nome, que agora não me vem a mente.
Mas esse fato me faz pensar no impacto ambiental que tal acontecimento causa. Sempre lembrando do princípio causa X efeito. Penso na mistura dessas águas e em qual seria o sabor dessa mistura; penso nos seres submarinos que sofrem os efeitos dessa mistura.
Penso ainda, se um peixe de água doce sobreviveria na água salgada... será que ele, peixe, saberia até onde ele poderia nadar (ir)quando se desse o encontro das águas? Ele pressente também? No Oceano tem algum tipo de aviso ou semáforo? Algo do tipo "não passe da linha vermelha, amarela, laranja, fluorescente"...sei lá.
Será que o peixe da água doce vê o outro da água salgada e grita: "ei, não passa pra cá porue aqui é doce!!"
E quais as diferenças de uma água para a outra, além da densidade e do sabor? No que influênciaria a vida pisciana? Quais fatores mudariam na vida desses peixes? Seria possível a sobrevivência?
Você deve estar pensando nesse momento..."que mulher doida!" "O que isso interessa?" "O que tem a ver comigo ou com o ser humano?" "Ela vai dizimar os peixes ou fazer mutação genética nos mesmos?"
Com certeza um biólogo tem tais respostas na ponta da língua, mas não tenho, aqui, o desejo de encontrar respostas biológicas, fisiológicas ou ambientais; nem mesmo explicar tal fenômeno e suas consequencias ambientais e comportamentais.
O que faço aqui é uma analogia de vida...me remetendo ainda a uma cantiga infantil "como pode o peixe vivo, viver fora d'água fria". Podemos nós simplesmente nos misturar? Sair de um "habitat" doce e nos instalarmos em ambientais salinos? Temos condições físicas e psiquicas de nos adaptarmos a novas situações, padrões, e vida?
O ser humano é capaz de grandes realizações e inúmeras adaptações, é flexível e resiste bem a pressões....mas tais fatores ocorrem dentro de um ambiente já conhecido, vivido e experimentado...
Estamos ambientados com certas circunstâncias de vida...mudá-la da noite para o dia poderá levar o ser humano a loucura ou ao suicídio, mesmo que este último seja interno.
Quando nos iludimos com algo ou alguém ou nos apaixonamos, tornamos as barreiras menores e totalmente transponíveis; passamos a minorar os problemas e dificuldades... nos tornamos invencíveis e totalmente pasíveis de alcançarmos tais objetivos... Objetivos tais, que se tornam objetivos de vida... como se nada mais existisse, como se não tivessemos objetivos anteriores, sonhos ou outras ilusões. Passamos a perseguir esse objetivo sem questionar outros fatores, sem imaginar se somos realmente capazes de sobreviver em outras águas, sem pesar nossas capacidades reais. Só depois que alcançamos tais objetivos (quando alcançamos) é que passamos a ser capazes de ver as coisas com mais clareza, ou até mesmo como elas realmente são.
É aí que percebemos, muitas vezes, que a água não é a mesma, que ela é agridoce, insalubre, escura, não potável,ou até mesmo ruim... Nada daquilo que imaginávamos... Percebemos que o cenário é diferente daquilo que sonhamos, daquilo que personificamos nos sonhos... a realidade é mais dura, mais nua e muito mais crua. E aí nos vem, muitas vezes a frustração, o desgosto, a sensação de vazio...e aí você pensa..."foi por isso que eu lutei tanto?" "Não foi isso que eu imaginei" "Não é isso que eu quero para mim" "Aonde estão as recompensas pela minha batalha?" "Cadê o que eu vim buscar, o que almejei?" E por fim você se vê no chão, sem objetivos, sem sonhos, sem ilusão, sem motivos para continuar, sem ninguém (novamente). Seus sonhos morrem, seus objetivos acabam, as pessoas perdem o brilho, sua paixão finda, suas ilusões não existem mais e a realidade é mais dura do que você pode suportar, e tudo o que resta é o amargo na boca de uma água que não pode ser absorvida por você, uma água insalubre, de gosto ruim.
Só as pessoas sem objetivos reais, sem opiniões e convicções... Pessoas sem destino é que conseguem transmutar nas águas sem sentir dor ou arrependimentos, sem coração partido, sem desilusão, sem sonhos frustrados. São pessoas mutantes, sem coração, sem sentimentos reais, sem vida própria. São pessoas que fazem da vida do outro a sua própria. Pessoas que nasceram para coexistir e não para viver a própria vida, mas para se tornar a escora de alguém, para ser coadjuvante e nunca personagem principal da própria vida. Essas pessoas não são pessoas, são salamandras, verdadeiros camaleões... apenas seres vivos.
Gostaria eu de ser um camaleão... a vida seria mais fácil, assim como os sonhos... Tudo já estaria pronto, bastaria sonhar o sonho de alguém, vivendo a vida de alguém, ser o que alguém quer que eu seja... tudo o que determinam e programam para mim. Ah! É bem mais fácil viver assim.

A Vida...."Já".

Já escondi um amor com medo de perdê-lo,
Já perdi um amor por escondê-lo...
Já segurei nas mãos de alguém por estar com medo,
Já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.

Já expulsei pessoas que amava de minha vida,
Já me arrependi por isso...
Já passei noites chorando até pegar no sono,
Já fui dormir tão feliz,

Já acreditei em amores perfeitos,
Já amei pessoas que me decepcionaram,
Já decepcionei pessoas que me amaram...

Já passei horas na frente do espelho
Tentando descobrir o que sou,
Já tive tanta certeza de mim,
Ao ponto de querer sumir...

Já menti e me arrependi depois,
Já falei a verdade
E também me arrependi...
Já fingi não dar importância a pessoas que amava,
Para mais tarde chorar quieto em meu canto...

Já sorri chorando lágrimas de tristeza,
Já chorei de tanto rir...
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena,
Já deixei de acreditar nas que realmente valiam...
Já tive crises de riso quando não podia...

Já senti muita falta de alguém,
Mas nunca lhe disse...
Já gritei quando deveria calar,
Já calei quando deveria gritar...

Muitas vezes deixei de falar
O que penso para agradar uns,
Já sonhei demais,
A ponto de confundir com a realidade...

Já tive medo do escuro,
Hoje no escuro “me acho..me agacho..fico ali”...
Já caí inúmeras vezes
Achando que não iria me reerguer,
Já me reergui inúmeras vezes
Achando que não cairia mais...

Já liguei para quem não queria
Apenas para não ligar para quem realmente queria...
Já corri atrás de um carro,
Por ele levar alguém que eu amava embora.

Já fiz de tudo um pouco, e do pouco tudo
Tudo era para já, e o Já era tudo.

Já...Já, Já!

terça-feira, 31 de julho de 2007

Dias sim, Dias não

Já dizia Cazuza "dias sim, dias não"..."vou sobrevivendo sem um arranhão"; porém não é bem assim....todos temos cicatrizes, sejam elas profundas ou não... necessárias ou em vão.
Somos todos tolos, crentes ou simplesmente inocentes...pouco importa.
O fato é que há certos dias que não queremos ter, não queremos viver... queremos apenas que o dia passe por nós, sem que sintamos nada, sem que façamos nada...sem dizer uma palavra... São dias em que tudo que quer é não querer nada...
São dias em que não queremos sair da cama, colocar os pés no chão, sair de casa, ir ao trabalho... são dias de escuridão. Dias sombrios... mais noite que propriamente dia.
São vários os dias, dias frios, dias quentes, dias sombrios, dias de luz, dias de silêncio, dias de som... sons que não saem da cabeça!!!!
Existem dias que os sons preenchem os nossos dias, guiam os nossos passos, movimentos e sentidos...
A música tem esse poder, tem o poder oculto de penetrar em nossas mentes e passar horas e até mesmo dias enraizadas em nossas mentes... as vezes são tão pertinentes que nos chateamos de tão freqüentes acordes, outras vezes cantarolamos a mesma música o dia todo sem perceber...cantoria silenciosa, mental...irracional!
Quem nunca cantarolou baixinho: “amar é um deserto e seus temores, vida que vai na cela dessas dores, não sabe voltar, me dá teu calor... Vem me fazer feliz porque eu te amo, você deságua em mim e eu no Oceano... e esqueço que amar é quase uma dor...”
Ou ainda teve a seguinte refrão na mente: “eu não me canso de olhar, eu não consigo para de te olhar”
Sons, música, dias e dias.... Novos sons, novas músicas e outros dias iguais, ou praticamente iguais...a fim de que um desses dias nasça diferente, sem igual.

Dias que nascem desiguais, nascidos para ser diferentes, para nos tirar da rotina...dias de luz, energia... dias felizes...Dias sim, para contradizer os dias não. Os dias mais ou menos, os dias comuns...dias cinzas....são a maioria dos nossos dias...e entre os dias sim e os dias não vamos vivendo e sobrevivendo, na selva de pedra.... muitas vezes sozinhos no meio da multidão... convivendo com pessoas que na verdade não sabemos quem são.
Dias, pessoas, lugares, sons...tudo intervenção para deixar de ser rotina... tudo contexto de um mesmo texto.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Território Sagrado

Dizem que o amor é chama
Cantam que o amor é ferida
Bradam que amor é Oceano
é dia, luz, vida, paz...
Calmaria em meio a tempestades
Dor envolta por paz e acalento....

O amor é sentimento expresso em todas línguas
em todos os povos, tribos, tipos
Ele está presente em todos os seres, flores.... quase todas as cores...

Amor não é paixão....paixão tem duração, amor não.
Paixão é trovoada, arrebatação...
Amor é chuva leve e constante, é pés no chão
Paixão é calor intenso, sufocante... Amor é sol brilhante....
Amor é como vício....Paixão é como gripe
Paixão é explosão... Amor é silêncio

O amor é concreto, certo, discreto...
É complacente, condecendente, compreensivo, flexível
É fiel, honesto, respeitador, íntegro
O amor é puro... pura essência
O amor é um misto de prazer e dor,
de frio e calor,
de chuva e sol,
O amor é seguro,
é porto, cais
é inquebrável, eterno
Por mais que não seja vivido,
Por mais que esteja distante,
Por mais que esteja escondido,
Por mais que não seja permitido,
Por mais que se queira relutar, bradar, abominar, rejeitar
O amor ainda existe e vive...

No amor não há certo e errado
Quem ama está previamente perdoado,
por estar em território sagrado,
lugar onde as convenções sociais não são prioridade,
onde só existe a vontade de ser e fazer feliz,
onde não se quer o mal, apenas o bem...
onde não se julga ninguém
lugar onde a razão não tem voz, nem vez
onde só se deixa falar o coração, o desejo, o carinho, a emoção!
lugar permitido aos amantes, cúmplices...

Amar, amores, amando, amantes...
Amor...território sagrado!

D.A.S.B.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

É só chamar

Através do teu coração eu te falo agora:
Sou aquele que te acompanha
em todas as horas do teu dia.
Eu não interfiro na tua vontade nem peço
licença para amar-te.
Só quero que tu saibas que todas as vezes
que me chamares eu te atenderei.
Eu tornarei teu fardo menos pesado.
Guardarei teu sono e tua vigília.
Estarei atento a todo e qualquer mal
que possa te ameaçar.
Afastarei de ti as energias pesadas.
E sempre , mesmo que não percebas,
estarei soprando em teu ouvido:
" Vem por aqui ... Vai por ali ... "
Irás guardado sob minhas asas e nenhum
mal te sucederá.
Eu tirarei pedras do teu caminho e não deixarei
que nuvens negras te afastem da luz do Sol.
Eu farei com que te esqueçam aqueles que te
odeiam e os deixarei sair da tua Vida.
Eu sempre me lembrarei que sou o vigilante
a ti destinado pela vontade de Deus.
Eu aceito minha missão de te guardar e te
agradeço por me permitires que o faça.
Mas torno a te lembrar:
"Eu não interfiro na tua vontade nem peço
licença para amar-te".
Para teres tudo que te posso oferecer, só
preciso que me peças:
Sou o teu Anjo a guardar-te...
(Autoria desconhecida até o momento)

terça-feira, 3 de julho de 2007

DESERTO INCERTO

Amar é um deserto, como bem disse Djavan....É a vida que vai na cela dessas dores
Ah! Esses temores... enfim de tudo que há na Terra não há nada igual, em lugar nenhum
Amar... que palavra doce... presente... potente... O amor, assim como a paixão tem o poder de remover obstáculos, transpor dificuldades, encurtar distâncias... Nos torna livres das convenções sociais, dos sentimentos alheios, nos torna puros apesar de não sermos... Nos exime de qualquer culpa em nome dele, em nome do amor e do ser amado...
E é por isso que eu digo: “vem me fazer feliz, porque eu te amo”... E ainda parafraseando Djavan... “você deságua em mim, e eu no Oceano... e esqueço que amar é quase uma dor”...
E que dor... dor que cala, dor que ajuda a consentir nos atos...dor que rasga o peito, como uma faca afiada e que trás o acalanto ao vir à mente a lembrança pura de quem se quer...
E o desejo... o desejo é desafiador, é supremo... é quente e intenso... não há como resistir a ele.. O desejo é o próprio fogo que consome... que penetra as entranhas e nos queima por dentro, nos aquece e queima... nos faz penetrar em outra esfera de sentimentos... sentimentos mais carnais, imorais e intensos...
Sentimentos tenros.. tórridos...impróprios, primitivos e muito prazerosos... isso é obra da paixão... do amor, que vem de um sentimento puro...elevado...transcendente...meigo...sincero...concentrado...
O amor é mais que bem querer... é completo, é certo..
Não adianta estar com alguém que não se quer estar, ou mesmo um alguém ao qual não se mais... de que adianta viver ao lado de alguém pelo qual os sentimentos já não são mais os mesmos... Digo isso por mim... vivo uma fase confusa, onde não consigo coexistir em duas situações de romance... sou toda entregue a um só sentimento, apesar de um existir anteriormente ao outro...Não fiz escolhas, apesar da possibilidade de tal acusação, mas apenas me entreguei aos sentimentos que estavam mais abertos e eram mais compatíveis com os meus, tanto quanto sinceros... Tento me afastar de um e me aproximar do outro... do que é certo, correto, mais seguro e melhor para mim...mas a paixão já não é a mesma, o sentimentos são mais brandos, mais amigáveis...serenos, sociáveis... Mesmo assim, se preciso fosse me contentaria com o que tenho, porque ainda assim é melhor um do que nenhum...antes um sentimento de carinho e aconchego do que sentimento nenhum.
Não digo que sou passível... reluto contra tais sentimentos por saber que não é certo; apesar de tais sentimentos serem os melhores e mais puros... Porém ao mesmo tempo os alimento com muito carinho e palavras de afeto... Me confundo e me complico, depois não ligo; e me descomplico de novo... Já não sei o que é certo ou errado quando se trata de amor e paixão... Será que podemos nos culpar por amar? Por nos apaixonarmos? Por termos sentimentos nobres, puros e intensos com alguém?
Penso, agora, que se é errado já estamos previamente perdoados pelo pretexto da paixão, e por tudo de bom que pode ser construído a partir disso. Até porque nesses sentimentos não existe o dolo, a maldade e a raiva.... existe apenas o desejo de satisfação e felicidade....
Aos que não me entendem no que digo, só lamento... pois esses não amam, nem ao menos são apaixonados por alguém... e nem por sorte viveram um amor platônico...
Enfim... suspiro por amor e dor, suspiro de saudade... suspiro pela emoção do encontro, pela satisfação de amar e ser amada... suspiro pelo suspense, pelo temor... suspiro...(suspiros)

Quero que saiba... E por isso volto-me à Djavan mais uma vez para dizer:
“Viver é todo sacrifício feito em seu nome”... “Só sei viver se for por você”...

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Descontentamento

É um contentamento descontente.... Quem nunca ouviu essa frase, mesmo que em letra de música?!
A paixão faz isso... nunca nos contentamos com os momentos que temos, sempre queremos mais e mais... nos tornamos seres insaciáveis e até mesmo um pouco egoístas... pensamos em nossos desejos, nossas ânsias e a nossa própria satisfação....
Parece que o prazer em admirar a lua é direito apenas de quem está apaixonado... a lua se torna mais brilhante e linda quando nos apaixonamos... passamos a olha-la mais... a imaginar se o nosso ser amado também a vê naquele mesmo momento... e vamos mais além ao imaginar em como estaríamos os dois se estivéssemos juntos a contemplar aquela imensa massa redonda reluzente... E nesses momentos o que menos queremos pensar ou imaginar é que a vida sempre continua... que nada para de se mover apenas porque desejamos que o tempo pare para que possamos eternizar tais momentos... para que possamos amar sem ter pensar na hora... para nos contemplarmos mutuamente, olhos nos olhos... sem sequer desviar o olhar para qualquer outra coisa, muito menos para o relógio....
Ah! A paixão.... que deliciaaa!!
A vida simples quase sempre é boa... só é ruim mesmo quando estamos longe do ser amado... quando sentimos saudade e não podemos saciá-la.
As vezes olhar a quem se ama, contemplar... é a única coisa que se pode fazer em determinado momento... e quanto mais se vê, maior é a vontade de continuar olhando, contemplando... alimentando a paixão, o carinho... e o desejo de se estar próximo.... de estar juntinho p/ sempre, ou pelo menos enquanto o impiedoso tempo e as obrigações sociais permitirem... aumenta a vontade de aproveitar cada minutinho, viver cada segundo, cada hora como se tudo fosse ser eternizado, lembrado e vivido uma única vez...
E isso nos faz querer olhar sempre... não querer parar de olhar de contemplar... Como diz Ana Carolina e Seu Jorge em uma de suas composições:

Eu não sei parar de te olhar
Eu não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não sei parar
De te olhar
(...)
Não vou parar
De olhar

Eu preciso continuar a te olhar... Sempre!

Afraid

Eu tenho medo de tudo, e medo de nada ao mesmo tempo...
Medo...
Quem não os tem? Medo da morte... Medo de inseto... Medo de gente... Medo de ausentes (fantasmas)... Medo de fogo... Medo de água... Medo de ter muito medo...
Eu tenho medo da vida... medo de errar! Não é medo do cotidiano, do trabalho... mas é medo de amar... de sofrer... de amar a pessoa errada, de amar errado... De desejar o impossível, de querer o que não se pode ter...
É tanto medo, que tenho medo de não mais querer, e acabar por ser só.
Paixão, emoção, sentimentos...carinho, afeto, estima, consideração, apego, carisma...seja qual for o nome dado a esse sentimento que envolve duas pessoas do sexo oposto, me abala, mexe comigo... me faz perder o prumo, o rumo, a direção... ao mesmo tempo que me leva a êxtase, no platônico mundo....também me submerge nas profundezas da terra ao regressar à realidade...
Como diz Hebert Vianna em uma das letras de suas músicas “te ver e não te querer, é improvável, é impossível, te ter e ter que esquecer é insuportável e a dor incrível”.
Pelo temor de ser infeliz, diminuo as chances de ser feliz... de ter momentos felizes... de viver uma história, uma paixão... deixo de viver um amor, por medo... medo de cair no esquecimento, de ser abandonada a própria sorte... Medo de que a minha paixão seja maior, mais intensa e que dure mais do que a do outro.
Por medo de sofrer não me exponho, não deixo que meus sentimentos transbordem, fluam... não permito que eles tomem conta de mim ao ponto de perder toda a razão e apenas viver, vivênciar uma paixão... Por medo me acanho... por medo me calo.
Por medo, por medo... medo, medo...mmmm....

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Lapso temporal

A tempos não escrevo, a tempos não leio algo que me agrada, a muito mais tempo não pinto, a muito mais tempo ainda não namoro....
Sou movida pela inspiração, pelo humor.... Não consigo fazer algo se não estou afim, porém as vezes deixo de fazer as coisas que estou a fim de fazer.... Mas são circunstâncias da vida que nos levam a isso.
Faz tempo que quero voltar a escrever, mas a inspiração não vem....
Um vez me sentei e comecei a anotar numa pequena caderneta sobre as coisas as quais eu reparava no dia a dia, nas pessoas e poderia escrever a respeito. Enchi uma folha da minha pequena caderneta.... Mas o tempo passou, eu não escrevi e e esqueci a caderneta no fundo da bolsa; depois de um tempo seu destino foi a gaveta, e aí o esquecimento total.
Outro dia estava eu andando na rua, indo em direção ao carro, quando vi um homem simples a minha frente, que parou a sua bicicleta em cima da calçada e ficou parado olhando um prédio bem alto que tem no centro da cidade e que estava sendo reformado. O que me chamou a atenção no homem, não foi a sua simplicidade ou o fato de parar com a bicicleta em cima da calçada obstruindo a minha passagem, mas sim a sua exclamação de assombro diante daquele "arranha-céu". Suas palavras foram: "Meu Deus, aonde vamos parar!!", com seu olhar perplexo para cima. Naquele momento pensei no fato de ainda existirem pessoas que hoje que se assustam com coisas que são tão peculiares e corriqueiras em nossas vidas, no século XXI....
Foi aí então que me veio a sensação e quase a total certeza que nem todos vivem no mesmo séculos, muitos (sabe se lá quantos) vivem na década passada ou até mesmo no século passado. Muitas pessoas vivem afastadas da correria, afastadas do corre corre do relógio, pautando a sua vida apenas pelo sol....Muitas pessoas nem sabem, ainda, ou jamais saberam o que são laptops, workaholik's ou coisa do tipo...
Do mesmo modo que dizemos que há vários "Brasis" dentro do mesmo Brasil, podemos dizer que existem milhares de pessoas vivendo em décadas (ou até mesmo século) passadas, que não vivem no mesmo tempo que nós. Realidades paralelas!
Mas o que nos leva a viver nessa ou naquela década? O que nos faz viver uma realidade ou outra? Será que estamos mesmo neste século ou ainda vivemos no século passado? Existem pessoas vivendo uma década à minha frente? Pessoas vivendo no próximo século? O que sei é que vivo no mesmo século e na mesma década da maioria; bom da maioria que conheço! Claro!
Eu acredito que o que nos impulsiona, o que nos conduz de uma década para outra, de um século para o outro, de uma tecnologia, de uma aceleração diária e constante a cada ano é a informação e a mídia. A informação nos leva a buscar mais informação, conhecimento e a querer aperfeiçoar tudo a nossa volta. A mídia nos faz querer esse aperfeiçoamento, essa melhora, que são incorporadas pela tecnologia, tornando-se paupáveis de aquisição, mesmo que no final não tenham uma finalidade ou uso indispensável. Porém acabam se tornando indispensáveis devido ao ego humano, a necessidade psicológica, e a busca pela perfeição humana, pela satisfação pessoal e social. Todas são necessidades inventadas, criadas por nós mesmos... que alguns mais fortes não experimentam.
Tudo envolve valores, criação, educação, estado de espírito, capacidade de percepção, a convicção e poder de persuasão de cada um.
A maioria das pessoas dão valor a coisas que não tem realmente aquela importância requerida. Outras pessoas priorizam o que não tem prioridade. A primeira prioridade é viver, a segunda é viver com saúde, a terceira é viver com qualidade, e só depois vem o fato de se viver com conforto.
Vejo, hoje, que a maioria das pessoas invertem suas prioridades, devido a sua conotação errada de valores. Eu já vi pessoas que não tem direito o que comer (ou seja, uma alimentação adequada: com frutas, legumes, verduras frescas e carne todos os dias), receberem seu salário e gastá-lo praticamente todo com a compra de um celular!!! E depois não terem dinheiro para ir trabalhar!! Já vi pessoas gastarem seu FGTS para dar como entrada na compra de um carro, que posteriormente ficou na garagem por não ter como ser abastecido. E mais posteriormente ainda o mesmo carro ser batido e passar mais de um mês na oficina por falta de dinheiro para conserta-lo visto que não havia antes dinheiro para fazer um seguro.
O que leva as pessoas à atitudes impensadas, a dar passos mal planejados?
Bom,tudo o que já foi dito antes faz parte disso.
E a satisfação.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Visão externa

Dias atrás estive no shopping e enquanto me deliciava vagarosamente com um pedaço de torta de limão, me veio a idéia de anotar tudo o que via de diferente nas pessoas.... em pouco tempo preenchi duas folhas da minha caderneta....
Senti como se estivesse fazendo uma pausa na minha própria vida para observar a vida alheia...
Nesse meio tempo vi atitudes estranhas, roupas horríveis, pessoas gordas, baixas, altas demais... Ouvi palavras de carinho, palavras ásperas.... Percebi crianças grandes, que apesar de já terem filhos ainda dependem de suas mães para pagar suas contas e tomar outras decisões. Fico impressionada como uma pessoa acredita ser adulta o suficiente para transar e jovem demais para arcar com a responsabilidades desse ato, assumindo também os prejuízos financeiros que isso pode causar.
Mas o interessante nisso tudo é pensar que apesar de estarem todos no mesmo lugar, na mesma hora cada indivíduo ali está vivendo um momento, passando por uma realidade que é só sua.
Quando olhamos pelo "lado de fora" vemos as coisas por um outro prisma... vemos a vida passar... vemos as situações muito menos problemáticas do que as pessoas envolvidas as veêm. Percebemos que as pessoas fazem uma tempestade em copos d'agua.. e até nossos próprios problemas ficam minimizados diante disso.
As vezes fico imaginando o que determinada pessoa está vivendo naquele exato momento, com quais pessoas está se relacionando, o que a aguarda nos próximos minutos, o que me aguarda? Qual é o momento em que estamos marcados para nos reencontrar - se é que estamos - quais as pessoas que eu ainda conhecerei naquele dia, de onde elas vieram, para onde vão? Parece loucura, mas são milhões de interrelações ao mesmo tempo... e nós participamos apenas de algumas dessas relações, desses contatos....É um emaranhado sem fim, nem começo.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Combustível Humano

Como já falei outras vezes, a música nos transporta para outros lugares, nos trás novas sensações, cheios, gostos, sabores, as vezes nos transporta para um lugar desconhecido, uma nova sensação até então desconhecida. E Essas sensações nos remetem a pensamentos e lugares, as vezes nos faz viajar no tempo... E nessas viagens acabamos pensando em coisas que fizemos e em coisas que não fizemos, em pessoas que vimos.... em lugares... Aí , quando isso acontece, começo a pensar no que mudou.... Porque eu era "assim" e agora sou "assado", onde estava aquele pique todo que eu tinha... por onde anda aquela garota animada que sempre topava todas as baladas, estava mais sorrindo do que franzindo a testa.... Em que parte do caminho ela se perdeu? Onde foi que acabou o combustível? Em que ponto ela perdeu a viscosidade? Onde foi parar o brilho do olhar, a alegria, mas que droga!! Onde a juventude se perdeu? Porque comigo ela não está mais, com certeza... Não que eu seja uma pessoa amargurada, chata e ruim, mas hoje em dia, por mais que eu tente, não consigo a jovialidade de antes, o pique não é o mesmo, o brilho no olhar sumiu e o que ficou foi um sorriso falso, uma pose de seriedade (apesar de não ser muito verdadeira), a insatisfação financeira e profissional e alguns poucos sonhos (daqueles bem difíceis de serem alcançados).
Olho para trás e penso no que eu conquistei nesses anos... no que foi feito da minha vida... onde eu estaria se as minhas escolhas tivessem sido diferentes, nas pessoas que conheci e se foram, nas pessoas que poderia ter conhecido.... Penso nas emoções que deixei de viver devido a preceitos sociais e medo, muito medo de muitas coisas. Medo da verdadeira vida talvez.
Mas tudo não foi inútil, houveram frutos, conquistas, amigos verdadeiros, e outras tantas pessoas maravilhosas.... Apenas penso que tudo poderia ter sido mais fácil, mais leve e mais prazeroso se as escolhas tivessem sido outras, do mesmo modo em que tudo poderia ter sido mais penoso, difícil e complicado se as escolhas não fossem acertadas.
É uma gama tão grande de opções de vida, que as possibilidades são incontáveis, tanto quanto as pessoas que eu poderia ter me tornado.... algumas maravilhosas, como as capas de revista, outras tanto quanto o que sou hoje e outras bem piores das que eu conheço. Fiquei no meio termo, apesar de me esforçar para tentar ser uma das capas de revista... Gosto de muitos estilos de vida e gostaria de vive-los um a um.... não tenho estilo definido para mim.... Gosto de ser sofisticada, usando roupas sociais e me comportando como tal, bem como gosto de ser "bad girl", usar roupas justas, bota, calça e jaqueta de couro e dirigir um carro veloz, também gosto de ser esportiva, com tenis, calça leg, cabelo preso e blusinha, e ainda gosto de ser hippie alguns dias, para usar saia comprida, babadinhos, blusinhas mais soltinhas, sandálias nos pés, cabelo livre leve e solto, seco com o vento.... Gosto de ser metaleira, naturalista, "praieira", chique, convencional, simples, sofisticada, romantica, doce, selvagem..... Gosto de usar salto alto tanto quanto gosto de sandália rateirinha.... Por isso sou muitas em uma, sou simplesmente eu, em momentos diferentes.... Não sigo padrões, nunca gostei de padrões, regras, normas, imposição... sempre preferi alternar.... Acho que sou uma pessoa totalmente alternativa... por fim acabo me resumindo em uma só palavra.... ALTERNATIVA!! O que só pude concluir nesse exato momento. Seráque existem muitas pessoas como eu? Ou a maioria nem pensa nisso... apenas se deixa levar sem planejar ou imaginar onde irá parar...
Mas isso é tema para outros posts...
Penso ainda se os objetivos das pessoas são basicamente os mesmos, como se precisássemos usar uma fórmula a fim de obter felicidade e sucesso na vida... Será que todos acreditam que a chave para o sucesso e a felicidade na vida seja se unir (casar, amigar, morar junto), ter filhos, eternizar o próprio nome (escrevendo um livro, fazendo algo inusitado, descobrindo algo diferente ou inventando algo, etc) e construir (plantar uma árvore, ter bens duráveis, etc.).
Será que não existe fórmula diferente para a vida? Não se pode ser feliz sendo só? Não se pode casado e feliz sem ter filhos? A felicidade e o sucesso não são possível sem ter o nome em algum registro relevante? Ou a felicidade não existe se não houver produção pessoal, se não se construir algo?? Porque as coisas tem que depender de outras? Só há felicidade e sucesso se houver tudo isso?
Sei que pelo menos um desses itens temos que ter em mente para sermos bem sucedidos na vida, pois sem objetivos não chegamos a lugar algum e nem realizamos nada.... mas para a felicidade não há fator condicional... não são necessárias metas ou algo por fazer... pode-se ser feliz sem ter nada, sem nenhum objetivo, pode-se ser feliz sem plantar uma árvore ou construir uma casa... a felicidade é basicamente um estado de espírito.... O que nos torna infelizes são os outros fatores.... tais como a frustração, o insucesso, e os objetivos não atingidos... E é por causa disso que acreditamos que todos os fatores são dependentes e interrelacionados, como se estivessem definitivamente atrelados uns nos outros.... mas não estão... esse analogia somos nós que fazemos, as conclusões são nossas... apenas nossas próprias conclusões....
E é por causa disso que em pouco tempo nos tornamos infelizes, as frustrações passam a tomar conta dos nossos sentimentos, e o brilho no olhar se vai, o sorriso se perde, a jovialidade deixa de nos acompanhar, os sonhos se tornam distantes, as possibilidades (que antes eram inúmeras) passam a ser pequenas... o viço desaparece por completo e todas as lembranças do que éramos antes nos faz sofrer ainda mais, como se estivéssemos presos no lugar em que estamos, como se estivessem enfermos de uma grave doença que é praticamente incurável e que por isso jamais poderemos ser o que já fomos antes.... Livres, sadios e felizes!!
Talvez a jovialidade jamais nos encontre novamente... Mas precisamos recuperar o brilho, a alegria e o viço... Precisamos nos comprometer conosco, afim de sermos felizes por nós mesmos, sem ficar à margem de dependências....sem depender de absolutamente nada, nem ninguém.... e para isso é necessária muita luta, esforço e uma busca incansável por nós mesmos....Precisamos aprender sozinhos... precisamos mudar a mentalidade imposta a nós desde que surgimos no mundo de só conseguimos as coisas e só conseguirmos ser se dependermos das coisas e das pessoas, precisamos nos "reprogramar" para que encontremos dentro de nós a felicidade, tanto quanto o sucesso, mesmo que seja o sucesso pessoal de nos tornarmos quem queremos ser, com a liberdade "in natura" que cada ser humano possui.
E acima de tudo precisamos ser LIVRES, de idéias, de atitudes, de pensamento, de sonhos, de objetivos e prioritariamente de ideal de vida. Precisamos ser um! Mas o um completo por si só.... Precisamos nos bastar, nos completar e só.

domingo, 7 de janeiro de 2007

Química Ambulante

A dias e dias que as mesmas afirmações vem me perseguindo....
Taxa hormonal, vitamina E, B6, B12, A, Fosfato, triglicérides, colesterol bom, colesterol ruim, testosterona, adrenalina, dopamina, queratina, e por aí vai....
Vamos ao médico para um check-up e fazemos uma bateria de exames para verificar as taxas hormonais e vitamínicas do nosso organismo... é uma imensidão de itens e o que consumimos determina o que nosso corpo tem de bom e de ruim. Se não consumimos leite e derivados suficiente para a sustentação do nosso organismo logo teremos falta de cálcio e até magnésio, se não consumimos proteína suficiente nosso organismo ficará debilitado e precisaremos ingerir uma quantidade grande de vitaminas...
É uma balança química intrigante, uma fórmula complexa que o corpo humano possui e que nós, seus usuários, ainda não conseguimos encontrar um bom resultado e lutamos sempre para equilibrar a balança.
Na verdade, acredito que somos feita de pura química, pois para termos ossos precisamos de cálcio, que o leite (entre outros) possui, para termos pele boa, precisamos de legumes(como cenoura por exemplo) e verduras de uma modo geral, para termos músculos precisamos consumir muita proteína e para termos energia imediata precisamos ingerir os carboidratos. Ou seja, tudo em nosso organismo passa por um processo química assim que entra no corpo. Se deixamos de consumir tais alimentos o organismo começa a falhar até a falência multipla dos órgãos.
É um processo químico vivo, intenso e minuciosamente detalhado que ainda tentamos desvandar na medicina, com pesquisas genéticas cada vez mais detalhistas, mas que ainda são insuficientes para que se possa desvendar o processo químico que nos inventou e qual a fórmula de equilibrio da vida e do próprio organismo.
O que nos resta é a certeza de que cada um de nós é uma fórmula química ambulante, que não sabe como o processo ocorre, e muito menos sabe como proceder para que a química desenvolvida em si seja usada a seu favor, no intuito de lhe dar uma maior expectativa de vida.
Todos somos frutos de um processo químico desde o momento em que somos concebidos, visto que para que um feto se torne menina é preciso que o meio em que o óvulo foi fecundado seja ácido e para que o feto se torne menino o meio deve ser base; isso se explica no momento em que se sabe que o espermatozóide que possui o gameta feminino é mais resistente e sobrevive por mais tempo do que o gameta masculino que precisa de um meio mais ameno para sobreviver fora do saco escrotal, e mesmo assim o período de vida é menor. Pura questão química!
Todas as mudanças que ocorrem em nosso corpo, a passagem do tempo, o envelhecimento, as doenças... tudo tem um fundamento químico... somos química pura!
Somos química ambulante!

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Novo Tempo

Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano
se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez
com outro número e outra vontade de acreditar
que daqui para adiante vai ser diferente...
...Para você,
Desejo o sonho realizado.
O amor esperado.
A esperança renovada.
Para você,
Desejo todas as cores desta vida.
Todas as alegrias que puder sorrir.
Todas as músicas que puder emocionar.
Para você neste novo ano,
Desejo que os amigos sejam mais cúmplices,
Que sua família esteja mais unida,
Que sua vida seja mais bem vivida.
Gostaria de lhe desejar tantas coisas.
Mas nada seria suficiente...
Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.
Desejos grandes e que eles possam te mover a cada minuto,
ao rumo da sua FELICIDADE!!!
(Carlos Drummond de Andrade)