O complexo Ser....humano!?

É... parece que ser um ser humano é simples... Ser algo parece simples, não necessariamente um ser humano.. que é bem mais complicado, eu diria.
A vida tem várias etapas, que previamente foi determinada (por não sei quem) para todos nós: crescer, brincar, estudar, obedecer e aprender, se formar, trabalhar, casar, ter filhos e retornar ao "MENU" inicial no papel de pais responsáveis. Bom, aí quando você já está no segundo ciclo, ou seja já retornou ao MENU e reiniciou o ciclo você começa a se preocupar com gestação, roupinha, cor do cabelo, cor dos olhos, cara do pai, da mãe, da avó...a criança parece ter cara de todo mundo, menos a própria, quando na realidade não tem cara de ninguém nem de nada! Ainda está toda inchada e meio irrugada (ESSA É A VERDADE!). Aí depois da euforia vem outras preocupações: se o bebe chora porque sente dor, ou porque está incomodado pelo fato de todas as sensações serem absolutamente novas para ele (se analizarmos friamente essa preocupação é uma bobagem porque a criança vai chorar mesmo de qualquer maneira e não há nada que você possa fazer até o sexto mês, É NATURAL!!!), depois a preocupação é pela quantidade de fraldas, os remédios, as vacinas, dar ou não dar chupeta pro neném.
Depois de um tempo as preocupações aumentam de acordo com o tamanho da criança...machucados, quedas, sustos, pirraças, berros, artes e a preocupação se o filho é normal. Cada feito realizado pela criança é um espetáculo do pequeno prodígio para você; como se você e outros milhões de pessoas nunca tivessem feito as mesmas coisas!!
Até aqui, tudo bem.... preocupações naturais e exageradas de mães, e as vezes de pais (homens) também.
Pensamos que depois que a criança entra na escola tudo vai caminhar de modo natural (o que inclui os berros para acordar de manhã, a cobrança da tarefa todos os dias, ensinar a tabuada paulatinamente, as discussões para que a criança não falte a escola, etc).
Mas aí surgem novas doenças psiquiátricas e novas explicações psicológicas para comportamentos a tempos já conhecidos por nós, as vezes pela nossa própria experiência... passamos a prestar uma incrível atenção ao que os "novos especialistas" estão dizendo, e aí quando percebemos que alguns desses sintomas nos são familiares ficamos imóveis à espera de um diagnóstico feliz para o caso, só que aí descobrimos que não existem curas, apenas tratamentos, e pensamos... "então quem já não é mais criança que se dane, né? Eu sou caso perdido??!" Bom, para os "especialistas" a essa altura vc estaria louca e desempregada com certeza, se já não tivesse morrido!!
Eu sou uma pessoa notívaga, e depois das 1h não tem nada de bom na tv; aí então a emissora começa a reprisar os programas realizados durante o dia, inclusive os telejornais e as entrevistas. Nesses dias eu estava dentro da minha notícia, quando uma matéria me chamou a atenção (uma matéria antiga diga-se de passagem) as crianças com sídrome de TDAH, um Transtorno de defict de atenção e hiperatividade, que pode aparecer de tres formas, ou uma criança desatenta, que "vive no mundo da lua" (aaahhh como eu já ouvi essa expressão!!rs) ou uma criança super ativa, que não pára quieta um minuto!! (como vejo crianças assim; e tenho horror delas!!! Tenho para mim que elas se multiplicam no supermercado, ou lá é o parque de diversões preferido delas!!! Cada chilique que eu já vi, affeee!! rs), e ainda pode ser uma criança impulsiva, que nunca termina nada. Aí eu já me liguei pra saber se tinha sido o meu caso, se havia algo mais que identificasse o disturbio e quais as formas de tratamento e cura. Com o decorrer da entrevista percebi que tudo é puramente subjetivo, e também não consegui identificar se eu sou ou fui portadora de tal síndrome.
Mas isso me fez pensar...
Antigamente, bem antigamente mulher nenhuma ia à escola. Menos antigamente louco era tratado como louco e ia para o hospício, e isso não era crime como agora. Antigamente as crianças (que hoje são nossas mães e/ou avós) tinham dislexia e ninguém sabia nem que "bicho" era esse!! Todos cresceram, se desenvolveram (como foi possível, e com todas as dificuldades psicológocas ou físicas encontradas), seguiram o ciclo e chegaram ao MENU, reeiniciaram o jogo, mesmo sem saber que eram ou ainda são portadoras de alguma síndrome ou doença.
Quantas gerações de mulheres que não estudaram e nem saíam de casa, seguiram o ciclo da vida e ultrapassaram suas barreiras sem ao menos imaginar que essas barreiras existiam? Quantas gerações de homens se acharam burros demais para aprender, mudaram de profissão por se acharem incapazes, e lutaram para suprir ( e até mesmo suprimir) uma dificuldade que imaginaram ser física ou "herança de família"? Muitos e muitos e muitos e muitos!!!
Então eu penso até que ponto esses disturbios, síndromes e tudo mais são fatores tão fundamentais assim para seguir o ciclo da vida. Porque antigamente esses problemas, que viviam na sombra da ignorância, eram superados por esforços pessoais, e atualmente precisamos de uma ajuda especializada para tudo, caso contrário ficamos imóveis?
A lei de Darwin é em prol da evolução. E se Darwin não estiver errado, nós, seres humanos, estamos evoluindo a cada geração; então porque parece que estamos desaprendendo??? Então porque surgem novas doenças e disturbios? OU será que são doenças velhas remodeladas? Eu comparo isso com marcas de produtos já conhecidos no mercado de consumo, onde o setor de propaganda e marketing da empresa remodela a embalagem, muda o rótulo e o design da escrita e relança o mesmo produto, com o mesmo conteúdo. Foi assim com OMO, com o LEITE MOÇA, CHOKITO, o LOLO virou MILKBAR, o CORNETO, entre outros.
Nos apegamos a tantos sintomas hoje em dia, e nos preocupamos tanto, com tudo que esquecemos de viver e curtir os melhores momentos da vida!! Bom, se seu filho ou você tem algum problema, sindrome, disturbio ou transtorno e estes não tem cura, o que você fará? Vai matar seu filho? Vai se matar? Claro que não, né? Você o ama e se ama, certo? ENTÃO VIVA E DEIXE VIVER!!! Os filhos não tem os pais para sempre, eles precisam aprender a viver, e nós (os adultos) também!
Tá na hora, né? rs