terça-feira, 8 de agosto de 2006

APERTO NO PEITO

Sinto um aperto no peito que parece que vai me sufocar.... me tira o ar!!
Dói, dói demais... a indiferença pode ser pior que a ausência! Mas para dizer a verdade não sei qual das duas situações é a pior... Me sinto ninguém, um grão de areia... Estou diminuida.. pequena! Sofro todos os dias pela ausencia.. e hoje sofro pela indiferença!
As lágrimas rolam do meu rosto sem que eu possa controlar... não tenho domínio das minhas emoções.
Na verdade, eu nem sei mais o que fazer... quando quero ser carinhosa acabo parecendo carente demais, pegajosa demais... quando tento ser natural, mais compreensiva, quanto tento cobrar menos ou nada e tento demonstrar que estou menos apaixonada acabo sendo fria. Me sinto perdida porque não sei o que é demais e o que é de menos!!
Por favor!! Eu suplico auxílio. Alguém pode me dizer como deve uma pessoa, mulher, apaixonada se portar perante a pessoa amada? O quanto deve ser cobrado? De que maneira? O quanto se deve ser compreensiva? Quando se deve calar? Quando dizer que gosta dele? E quando não dizer? Como devo agir quando ele tem atitudes estranhas? Quando ele se mostra distante.
Como saber o que ele sente por mim? Para os homens as coisas não precisam ser ditas, uma atitude basta... mas como saber que a atitude dele é apenas uma gentileza? Perdi a noção... já não sei de mais nada... não sei perceber a diferença de quando se está agindo por pena, por compaixão, ou quando a ação é por carinho, paixão ou até amor...quem sabe?!
Eu sou muito a emoção a flor da pele... eu não sei fazer de conta... se eu não gosto, não gosto e pronto... jamais beijaria alguém de quem não sentisse no mínimo atração, tesão ou vontade. Mas já ouvi dizer que as pessoas fazem isso... ouvi até que alguns fazem por educação!! Educação? Nunca soube que se beija alguém na boca por educação!! Eu prefiro crer que a minha recusa em beijar alguém é não dar esperanças a uma pessoa que não tem chances comigo, é não brincar com o sentimento alheio... porque eu, assim como muitos sei o quanto dói gostar de alguém que não nos ama. E não falo de hoje, porque hoje eu permaneço na cruel dúvida de não ter certeza. E em alguns momentos prefiro estar assim.
É essa paixão descabida... sem medidas que me sufoca...
É a certeza de ter encontrado a metade, a sensação de me sentir completa, acolhida, querida, cuidada que me leva à angústia de não saber se eu também sou a metade que se encaixa na dele. Muitas vezes me percebo suplicando aos céus que eu seja essa metade... que ele encontre em mim o que procura... que encontre a paz, o carinho, a compreensão e a cumplicidade que procura, porque é isso que eu quero para mim... é isso que eu procuro nele...e me senti assim quando estive com ele. Isso transcende ao sexo, porque sexo se encontra em qualquer esquina, a qualquer hora, com qualquer pessoa. Eu não procuro sexo... eu procuro mais, muito mais!! Aliás, eu não procuro... tenho para mim que já encontrei, e não quero perder...faço de tudo para não perder... mas na verdade nem sei se tenho!
E isso tudo é louco para mim! E é novo para mim. Nunca permiti que homem nenhum mandasse em mim... nunca aceitei rédeas ou palavras de ordem de ninguém! Já me apaixonei, claro! Mas paixão vem e vai como chuva de verão...faz um grande barulho, vem forte, molha e vai embora num piscar de olhos e tudo retorna ao que era antes.
Acredito piamente que o amor é diferente! Ele vem para ficar, chega de mansinho, aos poucos para não assustar e se instala definitivamente. Quando se ama não existem barreiras intransponíveis, nem mal que perdure... apenas o sentimento permanece eterno. Quando ele me diz algo do tipo para fazer ou para não fazer... ou quando emite sua opinião... sei que diz para o meu bem, sinto que é por carinho...algo que ele mesmo faria se estivesse no meu lugar. É alguém para quem eu gosto de dar satisfações da minha vida, alguém com quem eu gosto de partilhar minhas alegrias e algumas tristezas.. mesmo sem que ele me peça. Gosto que ele participe do meu dia-a-dia, da minha vida, gosto de ouvir as opiniões e idéias dele, e fico fascinada com a inteligencia dele e os gostos parecidos que temos. Fico admirada com a congruência de idéias que temos, as vezes parece até mágico!!
Não adianta me dizer para esquecer, não depende de mim... é algo muito maior do que eu! Não é como uma gripe, que dá e passa.. não é paixão! Se fosse, eu já teria esquecido ou jamais teria perdoado os sumissos, os esquecimentos e a indiferença; mas o que sinto é tamanho que tudo isso se torna pequeno e mesquinho... é pouco perto de tudo o que sinto. Para mim o importante é estar perto de alguma forma, é estar ali. Me fazer presente para ele, tanto quanto ele é para mim...
Tudo me lembra ele... uma música, um rosto parecido, um queixo, uma boca, um nariz, uma barba por fazer, um sorriso perfeito, como o dele... as vezes até um animal, ou um bicho de pelucia, que se relaciona com alguma conversa que tivemos.... tudo é motivo para lembra-lo... meu coração não me deixa esquecer... a vida não me deixa esquecer!
O que me dói agora é não poder dizer tudo isso... tenho medo de assusta-lo, ao perceber a imensidão e a sinceridade dos meus sentimentos. Sempre acreditei que ser sincera é o mais importante na vida, mas temo a rejeição de tamanho amor e carinho. Temo ainda mais a dor da certeza de jamais poder viver algo tão puro, completo e sublime. Ainda assim prefiro viver a incerteza, que me permite sonhar com a possibilidade de realização de um amor completo, do que saber que jamais o terei. Mesmo que esse amor não dure a vida toda, apesar da minha certeza de que ele é eterno, eu quero vive-lo... quero ter uma história linda para me lembrar, algo que aflore em mim a felicidade todas as vezes que reviver esse sentimento em meus pensamentos. Algo que me traga a certeza de que valeu a pena cada momento, cada palavra e cada gesto. A minha história de felicidade e contemplação mútua.
Algo que jamais viverei com outra pessoa nessa vida, e talvez nem na próxima, se houver uma.
Eu não quero esquecer de ser completa!