segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Valores sobrepujados

Antigamente, nos tempos de nossos avós, trabalhava-se para se ter o que comer e vestir basicamente. Vivia-se para plantar, comprar animais e tratar dos filhos que, se tudo corresse bem, fariam o mesmo trajeto de vida.
Nesses tempos o que contava era a sobrevivência, a boa alimentação, um bom tecido com belo corte para se ter uma boa peça de roupa; a serem usadas em ocasiões especiais, como festas regionais, por exemplo.
A vida era simples, mas de qualidade.
A algum tempo as pessoas sairam das fazendas, do interior e instalaram nas cidades. Assim como a migração das pessoas, também houve a migração de valores, de cultura e laser.
Com o advento da tecnologia, a qualidade de vida melhorou, os bens de consumo aumentaram, e as necessidades surgiram do nada; tornando-se, hoje, indispensáveis.
Isto pode ser notado com um simples passeio ao shopping ou constatado numa parada de ônibus circular.
Hoje é possível se ter mais de 4 números de telefones pessoais (digo celulares e telefonia móvel); sem contar o telefone fixo.
Conforme a promoção da operadora, um numero novo. E eu estou nesta vertente também.
No intuíto de economizar com ligações telefônicas, comprei mais um chip (e ganhei outro!). Quando estava no balcão da operadora escolhendo os números chegou uma senhora, com três filhos (quase todos adolescentes). Ele foi comprar outros 3 chips, um para cada filho. Mas como um deles já tinha preferência por outra operadora ela teve que desembolsar R$50,00 reais pela compra dos chips. Mais tarde com certeza ela teria que colocar crédito em todos esses novos chips. A filha mais nova dela deveria ter por volta de uns 7 anos. Na minha opinião criança de 7 anos não deveria estar munida de aparelho celular, nem Ipod, ou qualquer MP (3,4,5,6,7,10, enfim... corre um risco muito grande de ser furtada, assaltada e também não possui maturidade suficiente para usar tais aparelhos com responsabilidade e bom senso. Mas esta é uma outra discussão, que não cabe neste momento.
O fato é que esta mulher, que deveria ter por volta dos 40 e poucos anos, estava gastando um dinheiro considerável com equipamentos, antes nem tão necessários assim. Isto seria apenas um problema dela, se ao me virar para aquela senhora percebesse que lhe faltava um dente bem na frente da boca.
Ou seja, a pessoa é capaz de gastar R$50,00 em dinheiro e depois mais, pelo menos, R$60,00 em créditos para celular, e não gastar um centavo com a própria saúde!!
A saúde bucal é fundamental para o ser humano, porq é a boca que alimenta o corpo. É o local onde bactérias proliferam, enfim. Além de ser o principal cartão de visitas de qualquer pessoa; é de onde saem as palavras e com elas aromas ou odores.
Como pode uma pessoa se importar mais em ter, do que ser!! A que ponto chegamos na inversão de valores??? Até onde a necessidade em ter, pode ser maior do que ser, sentir, estar bem?
Como a sociedade pode ter chegado ao ponto de preferir consumir, possuir, criar necessidades irreais, do que estar bem, ser saudável, pensar em si... Aonde vamos parar???
Que mundo é este? Que sociedade é esta?
Esta mulher não é um caso isolado, são milhões de pessoas que agem da mesma maneira!
Este caso é só mais um entre vários que já testemunhei.
Só uma palavra cabe em meio a tanta indignação e desrespeito a si próprio.
ABSURDO