quarta-feira, 11 de março de 2009

Honrável público!

O título de chamada remete as apresentações circenses... principalmente quando o palhaço vai entrar na arena e se torna a principal atração do circo.
Independente de circo e picadeiro sempre fui a palhaça e nunca me importei. Sempre gostei de divertir as pessoas, trazer um pouco de leveza a vida de cada um... seja quem for.
Fazia tempos que não me sentia mais no centro da arena, sendo o centro das atenções de alguém.
É muito bom quando isso ocorre expontaneamente...de modo natural, simplesmente pelo fato de ser quem você é; e agradar os outros por isso.
Ao mesmo tempo que é bom, também é oneroso porque impõe uma responsabilidade muito grande em tudo o que você diz, o que você pensa e o que você faz... De uma certa forma você se torna exemplo, mesmo que em uma questão ou outra...
Você influencia pessoas....
Procuro não pensar muito nisso... quero mais é me divertir... rir!
Mas hoje fiquei um pouco chateada porque percebi que sou exigida até nas mínimas coisas... Um colega de curso se irritou comigo porque cheguei na aula e não o cumprimentei.
Na hora eu achei que ele estava brincando, mas bastou olhar alguns segundos nos olhos dele que percebi que ele estava mesmo muito irritado (por nada - na minha opinião!).
Pedi desculpas pela falha e me calei... me chateei mesmo... E isso me fez pensar o quanto somos notados...
Pensei na importância dos detalhes para as outras pessoas... a importância dos nossos atos, mesmo que pequeninos... insignificantes para nós. E de repente naquele momento eu não queria ser quem sou. Não queria ser notada, ser o centro das atenções... Naquele minuto queria fazer parte da outra banda.. da banda "dosoutros"!!
POr outro lado tenho a honra de poder me expressar da forma que quero e quando quero e ainda assim ser ouvida.
É o preço a ser pago por ser quem sou.
Esse meu colega se apegou a mim de uma forma que eu não esperava... ele se importou demais com pouca coisa... E repetiu o resto do dia a mesma coisa... disse para mim que a minha mãe me deu educação e eu não soube ou não quis usar.
Tentei argumentar, brincar mas ele não se contentou... melhorou o humor, mas não perdoou a minha falha. (que eu nem sei se foi uma falha mesmo... enfim!)
Eu acho mesmo que ele ficou com ciúmes por eu falar com meu outro colega, que estava mais perto de mim naquele momento, e não com ele que estava mais no fundo da sala. Mas ele não tem motivos para isso porque trato a todos de maneira igual.. brinco com todo mundo... Sou expontânea.
Cobranças sem sentido me enojam e me magoam muito... Porém não vou deixar de ser quem sou, nem vou me limitar a ser quem não sou... minha alegria espontânea continuará, assim como as brincadeiras, as piadas eloqüentes, as gargalhadas profundas, a insanidade controlada.. e tudo em mim que levei anos para construir, moldar, lapidar e transformar.
Se por ser quem sou, fico no picadeiro, sou observada e cobrada... P A C I Ê N C I A! E muita fé nos próprios princípios, na ideologia e na filosofia pessoal de vida.
Sorte!