terça-feira, 31 de julho de 2007

Dias sim, Dias não

Já dizia Cazuza "dias sim, dias não"..."vou sobrevivendo sem um arranhão"; porém não é bem assim....todos temos cicatrizes, sejam elas profundas ou não... necessárias ou em vão.
Somos todos tolos, crentes ou simplesmente inocentes...pouco importa.
O fato é que há certos dias que não queremos ter, não queremos viver... queremos apenas que o dia passe por nós, sem que sintamos nada, sem que façamos nada...sem dizer uma palavra... São dias em que tudo que quer é não querer nada...
São dias em que não queremos sair da cama, colocar os pés no chão, sair de casa, ir ao trabalho... são dias de escuridão. Dias sombrios... mais noite que propriamente dia.
São vários os dias, dias frios, dias quentes, dias sombrios, dias de luz, dias de silêncio, dias de som... sons que não saem da cabeça!!!!
Existem dias que os sons preenchem os nossos dias, guiam os nossos passos, movimentos e sentidos...
A música tem esse poder, tem o poder oculto de penetrar em nossas mentes e passar horas e até mesmo dias enraizadas em nossas mentes... as vezes são tão pertinentes que nos chateamos de tão freqüentes acordes, outras vezes cantarolamos a mesma música o dia todo sem perceber...cantoria silenciosa, mental...irracional!
Quem nunca cantarolou baixinho: “amar é um deserto e seus temores, vida que vai na cela dessas dores, não sabe voltar, me dá teu calor... Vem me fazer feliz porque eu te amo, você deságua em mim e eu no Oceano... e esqueço que amar é quase uma dor...”
Ou ainda teve a seguinte refrão na mente: “eu não me canso de olhar, eu não consigo para de te olhar”
Sons, música, dias e dias.... Novos sons, novas músicas e outros dias iguais, ou praticamente iguais...a fim de que um desses dias nasça diferente, sem igual.

Dias que nascem desiguais, nascidos para ser diferentes, para nos tirar da rotina...dias de luz, energia... dias felizes...Dias sim, para contradizer os dias não. Os dias mais ou menos, os dias comuns...dias cinzas....são a maioria dos nossos dias...e entre os dias sim e os dias não vamos vivendo e sobrevivendo, na selva de pedra.... muitas vezes sozinhos no meio da multidão... convivendo com pessoas que na verdade não sabemos quem são.
Dias, pessoas, lugares, sons...tudo intervenção para deixar de ser rotina... tudo contexto de um mesmo texto.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Território Sagrado

Dizem que o amor é chama
Cantam que o amor é ferida
Bradam que amor é Oceano
é dia, luz, vida, paz...
Calmaria em meio a tempestades
Dor envolta por paz e acalento....

O amor é sentimento expresso em todas línguas
em todos os povos, tribos, tipos
Ele está presente em todos os seres, flores.... quase todas as cores...

Amor não é paixão....paixão tem duração, amor não.
Paixão é trovoada, arrebatação...
Amor é chuva leve e constante, é pés no chão
Paixão é calor intenso, sufocante... Amor é sol brilhante....
Amor é como vício....Paixão é como gripe
Paixão é explosão... Amor é silêncio

O amor é concreto, certo, discreto...
É complacente, condecendente, compreensivo, flexível
É fiel, honesto, respeitador, íntegro
O amor é puro... pura essência
O amor é um misto de prazer e dor,
de frio e calor,
de chuva e sol,
O amor é seguro,
é porto, cais
é inquebrável, eterno
Por mais que não seja vivido,
Por mais que esteja distante,
Por mais que esteja escondido,
Por mais que não seja permitido,
Por mais que se queira relutar, bradar, abominar, rejeitar
O amor ainda existe e vive...

No amor não há certo e errado
Quem ama está previamente perdoado,
por estar em território sagrado,
lugar onde as convenções sociais não são prioridade,
onde só existe a vontade de ser e fazer feliz,
onde não se quer o mal, apenas o bem...
onde não se julga ninguém
lugar onde a razão não tem voz, nem vez
onde só se deixa falar o coração, o desejo, o carinho, a emoção!
lugar permitido aos amantes, cúmplices...

Amar, amores, amando, amantes...
Amor...território sagrado!

D.A.S.B.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

É só chamar

Através do teu coração eu te falo agora:
Sou aquele que te acompanha
em todas as horas do teu dia.
Eu não interfiro na tua vontade nem peço
licença para amar-te.
Só quero que tu saibas que todas as vezes
que me chamares eu te atenderei.
Eu tornarei teu fardo menos pesado.
Guardarei teu sono e tua vigília.
Estarei atento a todo e qualquer mal
que possa te ameaçar.
Afastarei de ti as energias pesadas.
E sempre , mesmo que não percebas,
estarei soprando em teu ouvido:
" Vem por aqui ... Vai por ali ... "
Irás guardado sob minhas asas e nenhum
mal te sucederá.
Eu tirarei pedras do teu caminho e não deixarei
que nuvens negras te afastem da luz do Sol.
Eu farei com que te esqueçam aqueles que te
odeiam e os deixarei sair da tua Vida.
Eu sempre me lembrarei que sou o vigilante
a ti destinado pela vontade de Deus.
Eu aceito minha missão de te guardar e te
agradeço por me permitires que o faça.
Mas torno a te lembrar:
"Eu não interfiro na tua vontade nem peço
licença para amar-te".
Para teres tudo que te posso oferecer, só
preciso que me peças:
Sou o teu Anjo a guardar-te...
(Autoria desconhecida até o momento)

terça-feira, 3 de julho de 2007

DESERTO INCERTO

Amar é um deserto, como bem disse Djavan....É a vida que vai na cela dessas dores
Ah! Esses temores... enfim de tudo que há na Terra não há nada igual, em lugar nenhum
Amar... que palavra doce... presente... potente... O amor, assim como a paixão tem o poder de remover obstáculos, transpor dificuldades, encurtar distâncias... Nos torna livres das convenções sociais, dos sentimentos alheios, nos torna puros apesar de não sermos... Nos exime de qualquer culpa em nome dele, em nome do amor e do ser amado...
E é por isso que eu digo: “vem me fazer feliz, porque eu te amo”... E ainda parafraseando Djavan... “você deságua em mim, e eu no Oceano... e esqueço que amar é quase uma dor”...
E que dor... dor que cala, dor que ajuda a consentir nos atos...dor que rasga o peito, como uma faca afiada e que trás o acalanto ao vir à mente a lembrança pura de quem se quer...
E o desejo... o desejo é desafiador, é supremo... é quente e intenso... não há como resistir a ele.. O desejo é o próprio fogo que consome... que penetra as entranhas e nos queima por dentro, nos aquece e queima... nos faz penetrar em outra esfera de sentimentos... sentimentos mais carnais, imorais e intensos...
Sentimentos tenros.. tórridos...impróprios, primitivos e muito prazerosos... isso é obra da paixão... do amor, que vem de um sentimento puro...elevado...transcendente...meigo...sincero...concentrado...
O amor é mais que bem querer... é completo, é certo..
Não adianta estar com alguém que não se quer estar, ou mesmo um alguém ao qual não se mais... de que adianta viver ao lado de alguém pelo qual os sentimentos já não são mais os mesmos... Digo isso por mim... vivo uma fase confusa, onde não consigo coexistir em duas situações de romance... sou toda entregue a um só sentimento, apesar de um existir anteriormente ao outro...Não fiz escolhas, apesar da possibilidade de tal acusação, mas apenas me entreguei aos sentimentos que estavam mais abertos e eram mais compatíveis com os meus, tanto quanto sinceros... Tento me afastar de um e me aproximar do outro... do que é certo, correto, mais seguro e melhor para mim...mas a paixão já não é a mesma, o sentimentos são mais brandos, mais amigáveis...serenos, sociáveis... Mesmo assim, se preciso fosse me contentaria com o que tenho, porque ainda assim é melhor um do que nenhum...antes um sentimento de carinho e aconchego do que sentimento nenhum.
Não digo que sou passível... reluto contra tais sentimentos por saber que não é certo; apesar de tais sentimentos serem os melhores e mais puros... Porém ao mesmo tempo os alimento com muito carinho e palavras de afeto... Me confundo e me complico, depois não ligo; e me descomplico de novo... Já não sei o que é certo ou errado quando se trata de amor e paixão... Será que podemos nos culpar por amar? Por nos apaixonarmos? Por termos sentimentos nobres, puros e intensos com alguém?
Penso, agora, que se é errado já estamos previamente perdoados pelo pretexto da paixão, e por tudo de bom que pode ser construído a partir disso. Até porque nesses sentimentos não existe o dolo, a maldade e a raiva.... existe apenas o desejo de satisfação e felicidade....
Aos que não me entendem no que digo, só lamento... pois esses não amam, nem ao menos são apaixonados por alguém... e nem por sorte viveram um amor platônico...
Enfim... suspiro por amor e dor, suspiro de saudade... suspiro pela emoção do encontro, pela satisfação de amar e ser amada... suspiro pelo suspense, pelo temor... suspiro...(suspiros)

Quero que saiba... E por isso volto-me à Djavan mais uma vez para dizer:
“Viver é todo sacrifício feito em seu nome”... “Só sei viver se for por você”...

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Descontentamento

É um contentamento descontente.... Quem nunca ouviu essa frase, mesmo que em letra de música?!
A paixão faz isso... nunca nos contentamos com os momentos que temos, sempre queremos mais e mais... nos tornamos seres insaciáveis e até mesmo um pouco egoístas... pensamos em nossos desejos, nossas ânsias e a nossa própria satisfação....
Parece que o prazer em admirar a lua é direito apenas de quem está apaixonado... a lua se torna mais brilhante e linda quando nos apaixonamos... passamos a olha-la mais... a imaginar se o nosso ser amado também a vê naquele mesmo momento... e vamos mais além ao imaginar em como estaríamos os dois se estivéssemos juntos a contemplar aquela imensa massa redonda reluzente... E nesses momentos o que menos queremos pensar ou imaginar é que a vida sempre continua... que nada para de se mover apenas porque desejamos que o tempo pare para que possamos eternizar tais momentos... para que possamos amar sem ter pensar na hora... para nos contemplarmos mutuamente, olhos nos olhos... sem sequer desviar o olhar para qualquer outra coisa, muito menos para o relógio....
Ah! A paixão.... que deliciaaa!!
A vida simples quase sempre é boa... só é ruim mesmo quando estamos longe do ser amado... quando sentimos saudade e não podemos saciá-la.
As vezes olhar a quem se ama, contemplar... é a única coisa que se pode fazer em determinado momento... e quanto mais se vê, maior é a vontade de continuar olhando, contemplando... alimentando a paixão, o carinho... e o desejo de se estar próximo.... de estar juntinho p/ sempre, ou pelo menos enquanto o impiedoso tempo e as obrigações sociais permitirem... aumenta a vontade de aproveitar cada minutinho, viver cada segundo, cada hora como se tudo fosse ser eternizado, lembrado e vivido uma única vez...
E isso nos faz querer olhar sempre... não querer parar de olhar de contemplar... Como diz Ana Carolina e Seu Jorge em uma de suas composições:

Eu não sei parar de te olhar
Eu não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não sei parar
De te olhar
(...)
Não vou parar
De olhar

Eu preciso continuar a te olhar... Sempre!

Afraid

Eu tenho medo de tudo, e medo de nada ao mesmo tempo...
Medo...
Quem não os tem? Medo da morte... Medo de inseto... Medo de gente... Medo de ausentes (fantasmas)... Medo de fogo... Medo de água... Medo de ter muito medo...
Eu tenho medo da vida... medo de errar! Não é medo do cotidiano, do trabalho... mas é medo de amar... de sofrer... de amar a pessoa errada, de amar errado... De desejar o impossível, de querer o que não se pode ter...
É tanto medo, que tenho medo de não mais querer, e acabar por ser só.
Paixão, emoção, sentimentos...carinho, afeto, estima, consideração, apego, carisma...seja qual for o nome dado a esse sentimento que envolve duas pessoas do sexo oposto, me abala, mexe comigo... me faz perder o prumo, o rumo, a direção... ao mesmo tempo que me leva a êxtase, no platônico mundo....também me submerge nas profundezas da terra ao regressar à realidade...
Como diz Hebert Vianna em uma das letras de suas músicas “te ver e não te querer, é improvável, é impossível, te ter e ter que esquecer é insuportável e a dor incrível”.
Pelo temor de ser infeliz, diminuo as chances de ser feliz... de ter momentos felizes... de viver uma história, uma paixão... deixo de viver um amor, por medo... medo de cair no esquecimento, de ser abandonada a própria sorte... Medo de que a minha paixão seja maior, mais intensa e que dure mais do que a do outro.
Por medo de sofrer não me exponho, não deixo que meus sentimentos transbordem, fluam... não permito que eles tomem conta de mim ao ponto de perder toda a razão e apenas viver, vivênciar uma paixão... Por medo me acanho... por medo me calo.
Por medo, por medo... medo, medo...mmmm....