quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Meio vazio

Cansaço.. é o que sinto
o tempo todo, todo o tempo..
é tudo vazio...

Por isso a cada dia me cerco de coisas inúteis
Fatos fúteis

Palavras, palavras
Tudo fútil, nada útil
Dizer ao vento é não dizer nada
ninguém para ouvir, sentir, pensar
Penso que nada me resta,
nada presta

Então me pego a desenhar,
ilustrar as páginas em branco com cores gritantes,
imaginando as palavras que quero gritar...

Gritar ao mundo, gritar a ele, acordar a mim.
Com um compasso faço um traço e preencho com números
números grandes, pequenos, no fim são contas
contando os dias, semanas, as horas e meses sem você ao meu lado

Lado... de que lado?
De que lado estou?
onde você está?
de que lado devo ficar?
Do lado de quem?
Devo ir pro lado de lá, e partir?

Partir para sempre, sair desse tudo sem nada
Dessa vida de nada que tenho trazido

Megulhar profundo para ver tudo com olhos distantes
Outra forma de olhar para não ver o mesmo...vazio

Ter tudo, ser tudo também é nada se não se está realizada
Tudo e nada é o mesmo que cheio e vazio
Pode-se estar cheio da vida e sentir um imenso vazio de história de vida
Vida, história, cheio, vazio, tudo, nada palavras separadas com sentido, juntas, emboladas, o que importa?
Só levam ao fim, com uma certeza exata

Agrura da alma, profundo abismo..

Estou cheia de um tremendo vazio.