segunda-feira, 28 de setembro de 2009

TEMPO QUE FOGE

TEMPO QUE FOGE - Ricardo Gondim

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos. Não gosto de assembléias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos fatos à limpo". Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.

Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Minha resposta será curta e delicada:

- Gosto, e ponto final!

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.

Já não tenho tempo para ficar dando explicação aos medianos se estou ou não perdendo a fé, porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.

                                                                                                                                                                                                                                                    

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a "última hora"; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus. Caminhar perto dessas pessoas nunca será perda de tempo.

Leis muito esquisitas sobre sexo

Quando se trata do assunto, o governo precisa ser duro. Mas, em alguns lugares do mundo, legisladores exageram. Acompanhe a lista abaixo e perceba como a expressão "botar no pau" pode adquirir sentidos surpreendentes

No passado distante ou no presente, governos criam leis impossíveis, extravagantes, estúpidas, engraçadas. A variedade é grande, proporcional à capacidade criativa dos legisladores. Festeje: no Brasil, a lei sexual mais influente – fora as criminais de estupro e violência - é básica e abrange casos de atentado ao pudor.

No passado

Graduadas em prostituição
- No Tibete, uma lei milenar exigia que as mulheres se prostituíssem. Assim, imaginava-se que elas ganhassem experiência sexual antes do casamento. No início do século 20, depois da invasão chinesa, e de uma onda de violências sexuais, a lei, naturalmente, expirou.

Ruim para ambas as partes
- Já os hunos puniam estupradores com castração. Mulheres que tinham dois homens eram divididas em duas -- cada um ficava com uma parte, ainda que não fosse exatamente viva.

Boca no trombone
- A imperatriz chinesa Wu Hu, da dinastia Tang, inventou uma lei bem específica sobre sexo oral. Para ela, a mulher denotava sua inferioridade ao presentear o homem com felação – o popular boquete. Os caras é que tinham que usar a boca para beijar o clitóris. Por isso, Wu Hu insistia que, antes de qualquer reunião com homens, que eles manifestassem, oralmente, o seu apreço. A imperatriz abria o robe com que recebia os visitantes e eles tinham de ficar de joelhos e lamber suas partes íntimas. É irresistível especular que deve ter surgido daí a expressão "wu-huuuuu" -- porque a imperatriz era gostosa e a maioria das pessoas intimadas a beijar as intimidades dela achava aquilo um "negócio da china".

Castigo fecal
- Os teutões – povos germânicos que, no ano 100 A.C., viviam, entre outras regiões, onde hoje fica a Dinamarca – puniam as acusadas de prostituição afogando-as em excrementos. Detalhe sobre as mulheres da tribo dos teutões (teutonas, certo?): cometeram suicídio coletivo quando capturadas e dominadas pelo Império Romano.

Dá ou desce (bem fundo)
- Na Roma antiga, havia as virgens vestais. O voto de uma delas durava 30 anos. A que fizesse sexo antes disso poderia ser presa. A pena era ser enterrada viva.

Pés pelas mãos
- Na Espanha do século XVII, ninguém – a não ser o marido – poderia ver os pés de uma mulher. Peitos, tudo bem, mas, os pés eram considerados lascivos e deveriam ser cobertos na presença de qualquer outro homem que não o marido.

Tolerância zero
- Também no Império Romano, os estupradores que cometiam o crime pela primeira vez tinham seus testículos esmagados entre duas pedras. Era um método bem efetivo de impedir a reincidência.

Pelamordedeus
- Nos primórdios do cristianismo, a igreja proibia que se fizesse sexo às quartas, sextas e domingos. Por quê? Porque sim.

Só mudar o grito
- Uma prostituta francesa, no século XVIII, podia ser poupada de punições se tivesse intenção de se juntar à ópera.

É fogo, viu!
- Na antiga cidade de Pompéia, não se podia tingir o cabelo nas cores vermelho, azul ou amarelo. Essas cores indicavam que a cidadã poderia ser uma meretriz. Moças de família poderiam ficar queimadas na sociedade se tingissem o cabelo nessas cores. No fim, como se sabe, acabou todo mundo queimado, independente da cor do cabelo.

Sem meter o nariz onde não é chamado
- O Egito antigo é pioneiro nas leis punitivas para crimes sexuais. Seis mil anos atrás, um homem acusado de estupro era castrado. No caso de mulher adúltera, arrancava-se o nariz dela.

As que valem hoje

Decote legal
- "Seios femininos", de acordo com a Suprema Corte do Arizona, não podem ser legalmente classificados como "partes íntimas".

De perder a cabeça
- Na Indonésia, a pena para masturbação é decapitação. Ou seja: se você tem cabelos nas mãos, não precisa se preocupar com a cabeça. Nenhuma delas.

Na moto, não, please
- Em Londres é ilegal praticar sexo em uma motocicleta estacionada. Se você quiser transar com a moto andando, ok, problema seu.

Dançar sem roupa - denuncie
-No estado norte-americano de Illinois, a lei proíbe muito sobre sexo. Por exemplo, você não pode dançar nu e, também, não pode ficar de barraca armada em público. Faz sentido – ou não.

Usar bigode - denuncie também
- No estado de Indiana, nos Estados Unidos, é ilegal usar bigode se o portador tem "tendência a habitualmente beijar outros seres humanos".

Presuntos em paz
- É ilegal fazer sexo com um cadáver em qualquer parte dos Estados Unidos.

Trair e roçar não pode começar
- Em Hong Kong, uma mulher traída tem permissão para matar seu marido adúltero – desde que seja com as próprias mãos. A amante do marido, no entanto, pode ser morta da maneira que a chifruda achar conveniente.

A truta é treta
- No estado norte-americano de Minessota é terminantemente proibido a qualquer homem fazer sexo com um peixe vivo, dentro ou fora da água fria.

Como você pode notar, quando a assunto é sexo, tem lei esquisita a dar com pau. Aguarde a segunda parte porque o assunto é vasto e -  como no sexo - quem dá a primeira, quer a segunda.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Meio vazio

Cansaço.. é o que sinto
o tempo todo, todo o tempo..
é tudo vazio...

Por isso a cada dia me cerco de coisas inúteis
Fatos fúteis

Palavras, palavras
Tudo fútil, nada útil
Dizer ao vento é não dizer nada
ninguém para ouvir, sentir, pensar
Penso que nada me resta,
nada presta

Então me pego a desenhar,
ilustrar as páginas em branco com cores gritantes,
imaginando as palavras que quero gritar...

Gritar ao mundo, gritar a ele, acordar a mim.
Com um compasso faço um traço e preencho com números
números grandes, pequenos, no fim são contas
contando os dias, semanas, as horas e meses sem você ao meu lado

Lado... de que lado?
De que lado estou?
onde você está?
de que lado devo ficar?
Do lado de quem?
Devo ir pro lado de lá, e partir?

Partir para sempre, sair desse tudo sem nada
Dessa vida de nada que tenho trazido

Megulhar profundo para ver tudo com olhos distantes
Outra forma de olhar para não ver o mesmo...vazio

Ter tudo, ser tudo também é nada se não se está realizada
Tudo e nada é o mesmo que cheio e vazio
Pode-se estar cheio da vida e sentir um imenso vazio de história de vida
Vida, história, cheio, vazio, tudo, nada palavras separadas com sentido, juntas, emboladas, o que importa?
Só levam ao fim, com uma certeza exata

Agrura da alma, profundo abismo..

Estou cheia de um tremendo vazio.