quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O último dia de nossas vidas

Todos vivemos o hoje, como se o amanhã fosse certo... Como se todos fossemos imbatíveis, donos de nossa própria vida e senhores da hora de nossa morte.
Fazemos planos, projetos... Temos sonhos...
"Ano que vem vou comprar um carro novo"... "Semana que vem vou fazer escalada e acampar"... "Vou viajar para a Europa nas minhas férias"... "Vou me casar daqui a três anos"... "Terei um filho daqui uns 5 anos"... E assim passamos os nossos dias, as nossas horas e nem imaginamos que somos tão frágeis quanto uma planta qualquer, que pisoteamos no dia-a-dia.
Um belo dia, pela manhã, nos levantamos da cama e não nos sentimos bem. Pensamos ser só um mal estar e logo nos focamos em nossos afazeres diários, até que dias depois sucumbimos a um mal estar inexplicável que nos leva a um Pronto Socorro e lá ficamos sabendo que não é um mal estar passageiro; e que por negligência nossa, um problema de saúde se tornou uma doença grave, quase incurável... E lá estamos nós, os imbatíveis e poderosos, donos de si, nos deparando com a "Dona Morte".
Todos nós sabemos que vamos morrer um dia. Por mais que queiramos, a vida eterna no planeta Terra ainda não é possível. Talvez um dia consigam essa proeza, mas os estudos científicos ainda estão longe disso.
Já conseguiram prolongar e melhorar a qualidade de vida dos seres humanos, mas não descobriram uma formula para se manter vivo e jovem eternamente.
Hoje pensamos mais em trabalhar e adquirir bens e qualidade de vida, do que passar mais tempo com a família e aproveitar os momentos bons que ela tem a oferecer.
Todos nós, sem excessão, estamos mais preocupados em agregar valores a nossa vida do que com o bem estar e o convívio do próximo...
Achamos sempre que dá para deixar isso para depois: "mais a altura", como diz o Português.
NÃO, NÃO DÁ! O hoje nunca retorna, o amanhã pode não existir. E a oportunidade e os momentos de dizer o que se pensa, de externar as emoções pode passar e jamais regressar.
Pode até se dizer as frases: "eu te amo" "adoro vc" "vc é tudo para mim" "penso sempre em ti" "sinto sua falta a cada minuto", mas essas palavras ditas sem o sentimento verdadeiro, sem estar sentindo de verdade, soa falso e é enganoso.
As vezes a vida é mais curta do que pensamos....
Em uma tarde qualquer, você está atravessando a rua e pronto, é atropelado por um veículo a 140km/h, vc já morreu.
Em uma noite aconchegante, vc pensa na vida, faz planos e vai dormir... nunca mais acorda. Planos para que mesmo?
Em um feriado você reunido com a família na beira de uma praia, come um aperitivo contaminado, passa mal e, sem saber que estava sem imunidade, morre no Pronto Socorro por intoxicação alimentar...
Você faz um tratamento prolongado, se prepara para um cirurgia; é operado, passa bem e dois meses depois descobre que foi infectado no hospital por uma bactéria que te causou um câncer no pulmão.
Em algumas situações da vida, em um relacionamento, as pessoas nos aconselham a não dizer nada, em outros momentos a dizer tudo.. não deixar passar o momento certo.
Mas quando é o momento certo para brigar com alguém que amamos? Quando é o momento certo para pedir algo? Qual é o momento certo para pedir apoio e carinho? Um pouquinho de colo?
Quando é o momento certo para gritar ao outro de tanta dor? Qual o momento em que devemos dizer: "tenha respeito pelos meus sentimentos" e "me trate com humanidade"???
É possível ser sincero o tempo todo, dizer o que se pensa e ainda assim o relacionamento sobreviver? A pessoa continuar te amando como antes, da mesma maneira?
Dizem que viver é arriscar... mas seria justo arriscar os relacionamentos em nossas vidas? Nossos amigos, familiares, amores a fins?
A Frase: "é viver ou morrer" é a maior mentira... porque na verdade ninguém escolhe morrer, a não ser que seja louco ou esteja depressivo. Todos querem viver; e mais, NINGUÉM quer envelhecer!
A vida, portanto, não é feita de querer, muito menos de poder... a vida é um milagre, um mistério, um segredo, um acaso com data de validade para se extingüir.
A vida é... FRÁGIL.
A VIDA É NADA!

EU SOU...