segunda-feira, 20 de julho de 2009

Terceirização dos Serviços Domésticos

A tempos essa questão vem me atormentando...
Antigamente, nem faz tanto tempo assim, me lembro que quando se contratava uma empregada o pré-requisito principal era que esta pessoa soubesse fazer de tudo, absolutamente!
A empregada tinha que saber cozinhar, lavar, passar, fazer a faxina e ainda cuidar de crianças. Em alguns casos ainda exigia-se da empregada que fosse ao supermercado fazer compras e diariamente a padaria, comprar os pães do lanche da tarde. Empregada trabalhava de segunda a sábado e não tinha registro em carteira e nem FGTS, e ainda pagava metade do seu INSS.
A alguns dias atrás, depois de um longo tempo sem empregada doméstica (devido aos exageros impetrados pela regulamentação de empregados domésticos no Brasil), precisamos contratar uma diarista (porque empregada mesmo é muito caro). Quando a interrogamos sobre quais os seus afazeres ficamos boqueabertos... A diarista não cozinhava, nem lavava roupas, ou as passava; apenas faxinava a casa. Entrava as 9h da manhã e saia as 17h, de segunda a sexta feira, porque não trabalhava aos sábados e domingos.

Fiquei pensando em como, em tão pouco tempo, a terceirização do trabalho interferiu tão profundamente em nossas vidas e de uma forma tão sorrateira, que nem chegamos a perceber por completo. Só vemos quando está alí, bem na nossa frente!
Hoje se você precisa de uma faxina em sua casa, você contrata uma diarista (que nem sempre faz realmente aquela faxina dos tempos da vovó, que colocava a casa de pernas pro ar para limpar cada cantinho). Se você precisa de comida boa na mesa, dentro do horário, contrate uma cozinheira. Se o seu problema são as roupas, ahhhh só uma lavadeira ou uma Lavanderia, que cobram por dúzia de roupas (tomara que vc use muito vestido ou macacão!!). Alguém para ficar com as crianças? Ligue para uma babá (e veja as referencias antes, hein?)
É bom esclarecer que não sou contra empregado doméstico ter registro em carteira, nem sou contra ao pagamento de impostos em prol da aposentadoria dos mesmos. Mas é importante se ter em mente que o empregador de um empregado doméstico é uma pessoa física, que é empregado também e não uma empresa que visa lucro. O Empregador neste caso precisa de alguém trabalhando em sua casa para ajuda-lo nos afazeres do lar, aos quais não pode dar conta no dia a dia. Não visa lucro no trabalho do empregado doméstico, apenas benefício pessoal, auxilio. Por estes motivos penso que a taxa tributária sobre este tipo de trabalhador não pode ser tal qual um trabalhador de mercado, nem mesmo o seu salário mínimo visto que um empregado doméstico trabalha um período menor que qualquer outro, em média 35 horas semanais.

Por essas e outras é que empregada, empregada mesmo é artigo raríssimo e de luxo hoje em dia. Sabia?

E para que serve uma empregada nos dias de hoje?
Serve para tirar o pósinho da casa, atender o telefone e anotar os recados, receber as correspondências e coordenar os outros empregados, como a faxineira, a cozinheira, a lavadeira e a babá.